Vila Velha está se preparando para uma grande expansão urbana nos próximos anos, em direção ao Oeste do município. Um terreno imenso, de aproximadamente oito milhões de metros quadrados, dará lugar a um terminal logístico para viabilizar o desenvolvimento portuário e servirá para a implantação de equipamentos urbanos, como a nova sede da prefeitura.

A área é cortada pela Rodovia Leste-Oeste, obra viária que está sendo executada pelo governo do Estado, com previsão para ser concluída em 2011. O terreno, que pertence a cinco irmãos da família Laranja, corresponde a 3% da área total de toda a cidade. Os proprietários planejam fazer o loteamento do terreno. “Os lotes serão vendidos ou ficarão disponíveis para arrendamentos de empresas”, afirma o empresário Luiz Carlos Laranja Gonçalves, 75.

Mas eles só poderão explorar 65% da área. De acordo com uma lei municipal, 25% do terreno devem ser destinados para o sistema viário, 5% são reservados para áreas de interesse ambiental – como parques e praças – e outros 5% serão doados para uso público da prefeitura.

O projeto deve ser entregue para o município no próximo mês, e a expectativa é que ele seja um grande motor de desenvolvimento da cidade. O espaço será destinado para a construção de um centro logístico, com armazéns e galpões (que ocupará 200 mil metros quadrados), para o Hospital Geral de Vila Velha – projeto que está sendo elaborado pelo governo do Estado –, para a Rodoviária de Vila Velha, para uma nova unidade do Corpo de Bombeiros, para um Centro Atendimento Ambulatorial que vai atender ao bairro Vale Encantado, além de escolas de ensino médio e profissionalizante, delegacia de polícia e um centro poliesportivo. No local, também está prevista a construção da futura sede da prefeitura.

“Já está certo que a prefeitura terá uma nova sede no local, mas cabe ao prefeito decidir se a obra começa neste mandato ou não”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha, Octaciano Neto.

O objetivo principal da prefeitura é estruturar a região para o desenvolvimento do comércio exterior e empresarial. “Essa área tem uma importância estratégica para o desenvolvimento da cidade, porque servirá de apoio para o transporte, importação e exportação de cargas do porto e também poderá ser sede de grandes empresas. E, com a conclusão da Leste-Oeste, o município vai ter ligação direta com a BR 101”, afirma.

O terreno vai da Rodovia Carlos Lindenberg até o Rio Jucu, margeando boa parte da Rodovia Darly Santos. Além disso, faz divisa com os bairros Caçaroca, Vale Encantado, Jardim de Alá, Rio Marinho, Jardim Marilândia, Cobilândia e Araçás.

Área total

Área total urbanizada:7.084.872,78 metros quadrados

Áreas verdes (parques e praças):370.157 metros quadrados. Desse total, 250.000 metros quadrados são de áreas de Preservação Permanente

Equipamentos urbanos:Ocuparão 354.877,80 metros quadrados

Equipamentos urbanos

Hospital Geral de Vila Velha (60.276,36 metros quadrados)

Centro Atendimento Ambulatorial (22.343,95 metros quadrados)

Rodoviária Municipal (10.195,15 metros quadrados)

Corpo de Bombeiros (4.311,94 metros quadrados)

Sede administrativa da prefeitura (21.879,00 metros quadrados)

Centro Poliesportivo Municipal (80.572,64 metros quadrados)

Escola fundamental e de ensino médio (6.290,87 metros quadrados)

Escolas municipais e creches (13.429,56 metros quadrados)

Escola profissionalizante tecnológica (15.215,93 metros quadrados)

Delegacia de Polícia (1.343,30 metros quadrados)

Posto Policial (2.518,22 metros quadrados)

Ocupação será ao longo de 20 anos
A ocupação total da área deve ocorrer ao longo dos próximos 20 anos, e a intenção do município é atrair grandes empresas para a região.

“O planejamento é fundamental porque o terreno é muito grande e está quase no centro geográfico do município. Essa área de loteamento é maior do que a que o município disponibilizou para uso e ocupação do solo em quase 30 anos. De 1980 a 2008, foram pouco mais que 600 hectares”, explica o arquiteto responsável, Antonio Chalhub.

O plano de urbanização da área foi batizado de Orange Park em homenagem à família Laranja, que tem origem holandesa. Com o projeto de urbanização no terreno, restará para os cinco irmãos proprietários cerca de 65% da área. Segundo o empresário Luiz Carlos Laranja Gonçalves, 75 anos, os lotes serão vendidos ou ficarão disponíveis para arrendamentos de empresas.

“Concordamos que essa é uma solução para o município se desenvolver economicamente. Uma equipe muito grande está trabalhando para isso acontecer”, destaca.

A área estava sendo alvo de degradação ambiental devido à extração de areia. Para preservar as áreas verdes do local e lotear o terreno, a família Laranja firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público e com a prefeitura.

Fonte: Jornal AGazeta