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Moradores de Vila Velha temem novos alagamentos
 


Os moradores de Vila Velha que foram prejudicados pelas chuvas que atingiram o Estado, no final do ano passado, temem que a situação se repita em 2009. Em Cobilândia, Jockey, Pontal das Garças e Araças, os moradores e comerciantes acreditam que vão enfrentar os alagamentos mais uma vez.

Para evitar o sofrimento e os prejuízos, algumas pessoas estão providenciando medidas próprias para evitar que a água invada as casas. Muitos moradores de Pontal das Garças, por exemplo, já estão construindo mais um andar para as casas. No ano passado, nem mesmo entrar no bairro a pé era possível. Hoje, a região passa por obras, mas, segundo eles, "andam a passos lentos".

A dona de casa Fernanda Rosa, 20 anos, afirma que os vizinhos estão preocupados, porque a rua vai ficar mais alta com as intervenções, mas as casas vão continuar em um nível mais baixo. "Vai entrar água dentro de casa do mesmo jeito. Por isso o pessoal está fazendo obras, com medo de perder as casas", conta.

Já no bairro Jockey, as ruas que sofreram com os alagamentos não foram sequer asfaltadas. A microempresária Isabel de Almeida, 42, trabalha na Rua Porto Seguro, onde os moradores tiveram que improvisar até mesmo uma passarela de madeira para chegar até as residências, por conta da água que não baixava. "Além da dificuldade de passar, aparecem muitos bichos, quando a rua alaga. É perigoso, principalmente, por causa das crianças que vivem aqui", diz.

Quem trabalha na Rua João Francisco Gonçalves, em Cobilândia, não esconde a preocupação. "Alagou tudo aqui, e a gente não quer ter o mesmo prejuízo que tivemos no ano passado. Precisamos fechar o comércio, perdemos mercadoria, motos", lembra o balconista, Wesley Pereira, 31.

No bairro Araças, o pastor Helmar Henrique da Silva, 45, afirma que a população está indignada com as obras de macrodrenagem e pavimentação na Rua Caracas. "Com as obras, o nível da rua ficou mais baixo do que já era antes. As casas vão acabar sendo invadidas pela água de novo", afirma.

Prefeitura: de desobstrução de vias a pavimentação
Para evitar alagamentos futuros em Cobilândia, a Secretaria de Obras de Vila Velha informou que tem feito serviços de desobstrução de redes, bueiros e caixas-ralos no bairro. Também está prevista a pavimentação de 118 ruas na região. A ordem de serviço deve ser dada em novembro.

No bairro Jockey, a secretaria ressalta que ação está concentrada na desobstrução do canal de Guaranhuns, que deve ser concluída até o final do ano.

Já no bairro Pontal das Garças estão sendo feitas obras de drenagem, sucção de ruas alagadas, pavimentação e desobstrução de redes. Segundo a prefeitura, houve atraso, devido à renovação do contrato com a empreiteira.

Em reunião com a comunidade, de acordo com a administração, foi sugerida a saída de moradores do bairro, que serão atendidos dentro do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Os moradores que não quiserem sair devem adequar suas casas, pois a região está muito abaixo do nível do mar.

O final da Rua Caracas foi rebaixado para pavimentação. Mas a secretaria diz que isso não provocará alagamentos futuros.

Ela perdeu tudo nas enchentes de 2008
A doméstica Dayse da Silva Barbosa, 32 anos, foi uma das vítimas das chuvas que atingiram o município de Vila Velha no ano passado. Casada e com dois filhos, de 9 e 13 anos de idade, a mulher viu sua vida mudar da noite para o dia. Moradora do bairro Pontal das Garças, ela perdeu tudo, inclusive a casa, por causa da enchente que inundou o bairro.

"Eu perdi meus móveis, roupas, comida, tudo mesmo. Nunca passei por isso antes. Fui morar em um abrigo no ano passado, onde fiquei até dezembro com a minha família, porque a água não baixava. Quando voltamos, minha casa estava destruída", conta.

Com rachaduras no teto e também nas paredes, Dayse não viu outra alternativa a não ser pedir a ajuda dos vizinhos e sair da antiga casa, para reformá-la. Hoje, ela mora em uma casinha improvisada, cedida por um vizinho, enquanto termina as obras da antiga casa.

"Estou mudando minha casa toda, aos poucos, na medida em que vou tendo condições. A primeira coisa que fiz, foi fazer mais um andar e aumentar o nível da construção. Não quero correr o risco de passar por tudo aquilo de novo", desabafou.

Telefones úteis
Defesa Civil. Em caso de ocorrências críticas causadas por chuva, o serviço tem a missão de preservar a integridade física e moral da população. O telefone é (0800) 283 9059

Carro-sugador. Limpeza de bueiros, fossas, esgotos e canais de água pluvial: 3389-6787

Ouvidoria. (0800) 283 9059

Fonte: Jornal AGazeta

Enviado Por: Eliaro
Publicado em 27/10/2009 às: 07:09
 

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