Empresários, rodoviários e Ceturb não chegaram a um acordo quanto ao reajuste salarial e existe grande possibilidade de uma greve ocorrer na próxima segunda-feira(12). Depois de quase seis horas de reunião no Ministério Público do Trabalho, o procurador Valério Heringer determinou um prazo de 24 horas para as partes pensarem em uma solução consensual, a fim de evitar a paralisação das atividades, que vai afetar principalmente à população. Uma nova reunião foi marcada para esta quarta às 14h30. Mas de antemão, o sindicato patronal e dos trabalhadores rodoviários já se manifestaram contrários a qualquer acordo.

A presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), Simone Moura, adiantou que não há condições de contemplar os rodoviários com o pedido de reajuste de 8%. “Avançar na proposta eu acho difícil, porque para você dar alguma coisa, você tem que ter, nós estamos dando nosso limite, mais do que isso é difícil”,declarou.

A representante da GVBus também anunciou que os responsáveis pela paralisação realizada nesta segunda no Terminal de Itacibá serão identificados e punidos. “A gente está procurando saber quem foi e ter essa informação como estratégia para tomar uma decisão, mas deve ser tomada no decorrer disso tudo, não hoje ou amanhã porque estamos em um momento muito delicado”, disse Simone Moura.

O advogado do Sindirodoviários, Aides Bertoldo, por outro lado, sinalizou que não irá retroceder nas negociações. “Não há a mínima possibilidade do sindicato retroceder na proposta. Na verdade, essa mediação desta quarta será realizada para que o Governo do Estado possa refletir em torno da responsabilidade dele nesse processo negocial, mas o sindicato está firme na posição, porque esse é o pensamento da categoria. Não havendo avanço amanhã (quarta-feira), o sindicato vai publicar o edital de greve e segunda-feira paralisa tudo”, ameaçou.

O Governo também deixou claro que não irá interferir nas negociações. A diretora-presidente da Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV), Denise Cadete, afirmou que a tarifa da passagem dos ônibus não será afetada, pelo menos este ano, caso seja definido o aumento no salário reivindicado pelos trabalhadores. “Nós não podemos nesse momento vir com uma proposta de atendimento ao pleito, de aumentar a tarifa porque nós estamos levando em consideração o usuário do Transcol, e ele já teve aumento neste ano”, afirmou Cadete.

A possibilidade de paralisações durante esta semana foi descartada pelo diretor do Sindirodoviários, Edson Bastos. Segundo ele, caso a categoria decida pela greve, motoristas e cobradores irão respeitar a Lei, aguardando um prazo de 72 horas para o início do movimento.

O procurador do Ministério Público do Trabalho, Valério Heringer, alertou que caso não ocorra o aviso e haja paralisação, o movimento e a conseqüente greve dos trabalhadores pode ser considerada abusiva e isso determina o imediato retorno ao trabalho e o não pagamento dos dias paralisados.

Fonte: Gazeta Online