Vislumbrados por preços que chegam até a metade do valor de mercado, consumidores cibernéticos se tornam cada vez mais presas fáceis dos criminosos online. Só neste primeiro semestre, 324 capixabas foram vítimas de crimes praticados na rede mundial de computadores. O Núcleo de Repressão Contra Crimes Eletrônicos (Nurecel) estima que esse índice pode ser maior, já que dados apontam que apenas 30% das pessoas que sofrem esses golpes, registram queixa.
O desvio de conta bancária lidera as estatísticas, representando 40% das ocorrências. O chefe de investigação do Nurecel, Eduardo Pinheiro, explicou que esse golpe é dado através de emails que, quando abertos pelo usuário, transferem automaticamente programas espiões que rateiam dados importantes como senhas bancárias e números de documentos quando a pessoa por alguma ocasião os utilizam.
Compras
Em segundo lugar vem os crimes de estelionato. Muito comum em pessoas que costumam fazer compras pela internet. E uma dessas vítimas foi a executiva de vendas Bárbara de Oliveira que comprou uma câmera digital por R$ 320 em um site de vendas na internet, sem saber que a página estava sob posse de um estelionatário, ciberneticamente conhecido como hacker.
"Eu nunca tinha comprado nada pela internet, mas já tinha ouvido muita gente falar que é seguro. Uma vez visitei um site de compras conhecido e me interessei por uma máquina. O vendedor então me adicionou no MSN e começamos a conversar. Ele passou muita seriedade e garantia na venda. Acabei então fazendo o depósito de R$ 320 só que nunca mais a minha câmera chegou e essa pessoa sumiu. O fato aconteceu em maio. Fiquei sabendo depois que muita gente foi vítima dessa pessoa", conta Bárbara.
Os estelionatários da internet conseguem ludibriar qualquer pessoa. O desenvolvedor de sites Paulo Henrique Munhóz passou a fazer parte das estatísticas de crimes na internet em abril deste ano após comprar uma máquina digital por R$ 750 em site de uma rede de lojas de Minas Gerais que foi fechada posteriormente pela Polícia Federal por venda de produtos contrabandeados.
"Sou acostumado a fazer compras pela internet há anos e isso nunca aconteceu comigo. Fora o prejuízo por perder meu dinheiro e não ter o produto o desgaste que tudo isso causa é terrível. Tive que correr atrás dos meus direitos, perdendo horas de tempo no telefone com a operadora de cartão de crédito e ainda não tenho a certeza que vou ter o estorno do valor em meu cartão", relata Paulo.
Namoro virtual
O investigador Eduardo Pinheiro contou ainda que em muitos casos registrados no Núcleo Repressão Contra Crimes Eletrônicos dão conta de crimes praticados após relacionamentos virtuais. Geralmente, segundo o investigador, o tempo mínimo que um criminoso consegue persuadir uma vítima tirando dinheiro dela é de três meses.
Em um fato registrado na delegacia, Eduardo relata que um estelionatário de Governador Valadares começou a namorar uma capixaba pela internet e, após três meses já tinha conseguido fazer com que ela comprasse um carro para ele. O criminoso chegou a conhecê-la pessoalmente, morando alguns dias com ela. Foi o tempo suficiente para ele conseguir tirar todo dinheiro que ela tinha guardado em contas e poupanças.
As vítimas de crimes pela internet podem registrar queixas no Núcleo de Repressão Contra Crimes Eletrônicos que fica na Avenida Nossa Senhora da Penha, no prédio da Chefatura de Polícia, ao lado do Detran. O horário de funcionamento é de 08 às 17 horas de segunda a sexta. Qualquer dúvida pode ser esclarecida pelo telefone 3137-2607.
Fonte: Gazeta Online
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 18/07/2008 às: 20:32