Foto: Reprodução TV Vitória

A população capixaba vai precisar ter mais paciência para sair de casa. A greve dos motoristas vai continuar pelo menos até a próxima quarta-feira (14), quando acontece uma nova reunião para decidir os rumos do movimento. De acordo com o advogado do Sindirodoviários, Aides Bertodo, 100% da frota continua dentro da garagem.

Representantes da categoria e empresários estiveram reunidos na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Vitória, para uma reunião de conciliação, mas os rodoviários não aceitaram a contra proposta oferecida pelos empresários.

As empresas ofereceram reajuste de 6% - antes o percentual era de 5% -, além de aumento de R$ 1 real no valor do ticket e extinção gradual do sistema de compensação de horas extras.

A volta para casa do capixaba também foi complicada. Os pontos de ônibus ficaram cheios e os usuários dos coletivos precisaram ter paciência para conseguir chegar ao destino. Nas principais ruas e avenidas da Grande Vitória, o fluxo de carros foi grande e o trânsito foi intenso, ao contrário dos terminais, que ficaram vazios durante todo o dia.

Prejuízo

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O primeiro dia de greve dos rodoviários na Grande Vitória gera prejuízos para alguns e lucro para outros. Os comerciantes de Vitória não estão nada satisfeitos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas de Vitória, Jadir Primo, o prejuízo para os empresários é incalculável. “Cerca de 30% das lojas não abriram as portas nesta segunda-feira, e para cada comerciante que conseguiu abrir o comércio, 70% é de prejuízo, já que não há muitas pessoas nas ruas”.

Jadir Primo acrescenta que é necessário um acordo rápido entre os rodoviários e o sindicato dos empresários do transporte coletivo, pois “quem perde mesmo é a população e o próprio governo que deixa de arrecadar impostos referentes ao dia não trabalhado. Eu não sou contra a greve e nem contra o aumento do salário dos rodoviários, já que fui motorista e senti na pele o que eles estão sofrendo, mas não é justo que os trabalhadores fiquem sem transporte, principalmente, para aqueles que trabalham em lojas e dependem de comissão para retirarem o salário no final do mês”, finaliza.

De acordo com o diretor executivo da GVBus, Elias Baltazar, a perda financeira com a greve nesta segunda-feira pode chegar a R$ 1 milhão. Mas existem alguns segmentos como os taxistas e perueiros que estão satisfeitos e lucrando muito com a falta dos ônibus nas ruas. A paralisação aderiu a 100% da frota dos veículos, uma vez que os grevistas deveriam circular com 50% da frota, após liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho, definida na última sexta-feira.

Uma das categorias que está lucrando com a greve dos rodoviários é a dos taxistas. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Miguel Campos, a quantidade de “corridas” na manhã desta segunda-feira dobrou. “A procura por táxis está muito grande. Todos os motoristas estão na rua trabalhando”. Miguel afirma que mesmo com os congestionamentos causados pelo aumento do número de veículos nas ruas, é possível realizar diversas corridas. O presidente finaliza ao dizer que não haverá descontos nas tarifas cobradas que permanecem em bandeira 1- R$1,53 e bandeira 2, entre 24h às 6h, R$1,72, por quilômetro rodado.

Outra categoria que está satisfeita com o dia de paralisação é a dos perueiros que desde às 5 horas desta segunda-feira estão com 600 vans nas ruas da Grande Vitória. “Entre as 10h e 13 horas, a Polícia Militar por meio do Grupo de Apoio Operacional (GAO) nos fez paralisar as atividades, mas já retornamos”, afirma o presidente da Cooperativa dos Transportes Alternativos do Estado do Espírito Santo, Jairo Cézar Pinheiro de Almeida. O presidente afirma que o número de viagens dobrou e que a categoria vai estar nas ruas até a uma hora da madrugada desta terça-feira.

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Caos

A manhã desta segunda-feira (12) foi conturbada para os moradores que dependem do transporte coletivo. Os ônibus não saíram das garagens e os pontos ficaram lotados por causa da greve de motoristas que impediu que 100% da frota operasse.

Uma ordem judicial obrigava que 50% da frota oferecesse o serviço à população. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), Edson Bastos, a categoria se reuniu neste domingo (11) e se revoltou com a Ceturb, que entrou com uma liminar na Justiça antes mesmo da greve começar. A expectativa da categoria era de que apenas 30% dos veículos circulassem.

O valor da multa para o Sindirodoviários por descumprimento da ordem judicial é de R$ 50 mil.

O Sindirodoviários desmentiu as declarações da presidente da Ceturb, Denise Cadette, de que a categoria iria apedrejar os coletivos que resolvessem circular durante a greve deflagrada nesta segunda-feira (11). Durante o dia, nenhum coletivo que integra o Sistema Transcol saiu da garagem, inclusive os ônibus de Vila Velha e Vitória.

Na garagem

Segundo a diretora presidente da Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV), Denise Cadete, os motoristas bloquearam os ônibus que foram buscar alguns funcionários para dar início às atividades do dia e ameaçaram apedrejar os carros que saíssem das garagens mesmo que houvesse usuários em seu interior.

As empresas de ônibus ameaçam cortar o ponto dos grevistas caso eles não cumpram a determinação da Justiça.

O representante do Setpes e da GV-Bus, Elias Baltazar, disse que um ônibus do Transcol teve o pneu esvaziado por grevistas na avenida Carlos Lindenberg. Além disso, os manifestantes também fizeram piquetes para impedir a entrada dos funcionários nas garagens. Segundo ele, o prejuízo com a greve pode variar entre R$ 800 mil a R$ 1 milhão.

Devido às ameaças, a própria direção da Ceturb-GV decidiu impedir a saída dos ônibus das garagens, mesmo com motoristas e cobradores dispostos a trabalhar nesta segunda.

Foto: Reprodução TV Vitória

Trânsito

Por conta da greve dos rodoviários, que promoveu a paralisação de 100% da frota de ônibus nesta segunda-feira (12), o trânsito ficou lento nas principais ruas e avenidas da Grande Vitória. Durante o dia, houve engarrafamentos na Terceira Ponte e na Segunda Ponte, em ambos os sentidos. Além disso, o trânsito ficou parado na BR 262, na Carlos Lindenberg e na Darli Santos.

Na Terceira Ponte, um engavetamento, por volta das 9h30, provocou confusão no trânsito e deixou as vias de acesso à ponte ainda mais congestionadas. Em Vila Velha, também houve complicações no interior dos bairros Itapuã, Coqueiral de Itaparica e Praia da Costa.

Na Fernando Ferrari, em Vitória, no sentido Goiabeiras/Centro, os motoristas passaram dificuldades com lentidão na via na região próxima à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Na BR 262, o problema foi próximo ao bairro Jardim América, em Cariacica.  Um acidente entre dois caminhões interditou o tráfego de veículos na Rodovia do Contorno. O problema se tornou mais grave já que o número de carros na via era maior por causa da falta de ônibus. O trânsito no local está melhorando já que a pista já foi liberada nos dois sentidos.

Para conseguir condução, a população utilizou táxis, que não estão conseguindo atender a demanda, e o transporte alternativo, que circula em pontos de vias principais das cidades.

Fonte: FolhaVitória