Foto: Divulgação
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No próximo dia 23 de maio, o município de Vila Velha vai completar 473 anos de vida. O dia, em que é comemorado também a Colonização do Solo Espírito-Santense, promete ser de muita festa não só em terra canela-verde, mas também em todo o Estado do Espírito Santo.
Apesar de todas as dificuldades encontradas pela população, os capixabas têm motivos de comemorar. De acordo com o historiador Rafael Simões, desde 1535, quando o Estado foi colonizado por Vasco Fernandes Coutinho, a então Capitania foi uma das poucas que sobreviveram. Além do Espírito Santo, continuam firmes a de Pernambuco, Maranhão e Salvador.
“Nós melhoramos muito, somos infinitamente melhores do que naquela época. Temos um potencial grande, nossas riquezas têm aumentando e a população está crescendo”, disse.
No entanto, Simões destacou que a sobrevivência da Capitania só foi possível graças a uma ação planejada e a presença forte do poder público. “Esses elementos da história chamam atenção porque mostra que o desenvolvimento econômico e social só é feito por políticas públicas de segurança, saúde e educação”, afirmou.
De acordo com o historiador, o desafio, no entanto, é manter esse crescimento sem cometer os mesmos erros do passado. “Com a expansão industrial, o desenvolvimento do setor de mármore e granito e do petróleo e gás, pode gerar problemas de concentração de renda e problemas ambientais”, destacou.
E para comemorar todo esse avanço, Simões destacou que a festa não deve ficar restrita apenas ao município de Vila Velha. “Penso que é uma comemoração estadual, uma marca importante para criar o espírito de capixabismo na população”.
História
Foi por uma Carta Régia, enviada em 1534 por D. João, rei de Portugal, para Vasco Fernandes Coutinho para que tomasse posse de uma das Capitanias Hereditárias da costa brasileira, que tudo começou.
Menos de um ano após o comunicado, em 23 de maio de 1535, Vasco Coutinho desembarcou em solo capixaba com cerca de 60 homens, entre eles, fidalgos e empregados do rei. Logo na chegada, os portugueses não tiveram uma recepção muito agradável, já que os índios que habitavam por aqui resistiram a entrada estrangeiras.
O primeiro núcleo de colonização recebeu o nome de Vila Nossa Senhora da Vitória. Em 13 de junho de 1535, os colonizadores descobriram uma grande ilha (atual ilha de Vitória), dando-lhe o nome de Santo Antônio, em comemoração ao dia do santo católico.
Mas, com a partida do donatário para Portugal, por volta de 1550, a Ilha de Santo Antônio ficou abandonada. As famílias de colonos, alojadas na Vila do Espírito Santo, fugindo dos ataques dos índios, passaram a habitar a ilha de Duarte de Lemos, que lhes oferecia segurança e guarita estratégica.
Vasco Coutinho transferiu a sede da capitania para a Vila de Nossa Senhora da Vitória, até então denominada Vila Nova, para se diferenciar da primeira, Vila Velha.
Fonte: Folha Vitória