No mês em que Vitória comemora seus 457 anos, os capixabas poderão conhecer parte da história da capital, contada de um jeito bem diferente e divertido. Essa é a proposta da Esquete – Peroás e Caramurus, que já tem mais de 13 apresentações agendadas para este mês, em diversos espaços da capital.

Produzida e dirigida pelo Grupo Camaleões, a atração faz parte do Projeto Visitar, desenvolvido pelo Instituto GOIA com objetivos de revitalizar o Centro de Vitória e manter vivos os quase cinco séculos de história da cidade, valorizando seu patrimônio histórico e cultural.

Com duração de apenas dez minutos, a peça conta a saga dos fiéis do Convento São Francisco e da Igreja do Rosário que, por volta de 1833, entraram em conflito por causa da imagem de São Benedito. Ao som do congo, o enredo mostra, também, a história de cada monumento da capital. O boneco de três metros de altura que abre a apresentação é um atrativo para as crianças, que têm a oportunidade de estudar a história da cidade de um jeito bem descontraído e diferente.

Os integrantes do elenco se formam na Escola Multidisciplinar de Artes e Ofícios (EMPAO), do Instituto GOIA, em cursos específicos como “História do Espírito Santo”, “História da Arte”, “Contador de Causos”, “A arte de Falar em Público” e “Como Tratar o Turista”. Depois da formatura, os alunos, em sua maioria jovens em situação de risco social, também participam de programas de revitalização do patrimônio histórico.

Em tempo: para quem não sabe, esquete é uma “pequena cena cômica em teatro ou TV”.

Cronograma de apresentações

06/09 – sábado: Feira de Jardim da Penha – três apresentações com início às 7h30, 8 horas, 8h30

13/09 – sábado: Feira de Jardim da Penha – três apresentações com início às 7h30, 8 horas, 8h30

16/09 – terça-feira: Praça Costa Pereira e Praça Oito – início às 12h30

20/09 – sábado: Feira de Jardim da Penha – três apresentações com início às 7h30, 8 horas, 8h30

23/09 – terça-feira: Praça Costa Pereira e Praça da Catedral – início às 12h30

30/09 – terça-feira: Mercado da Vila Rubim e Parque Moscoso – início às 12h30

História do Peroás e Caramurus

Durante longo período, duas irmandades dividiram a mesma imagem de São Benedito em suas procissões, que ocorriam no dia 27 de dezembro de cada ano. Uma irmandade ficava no Convento São Francisco e a outra na Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

No ano de 1832 o santo se encontrava no Convento São Francisco e deveria sair em procissão para a Igreja do Rosário, onde ficaria até o ano seguinte. Mas, por causa de uma forte chuva o guardião do convento não permitiu a saída de São Benedito. Os ânimos ficaram exaltados entre os membros das irmandades e o guardião.

Em setembro de 1833 a imagem de São Benedito é roubada do Convento São Francisco e levada para a Igreja do Rosário. Com o passar do tempo, a irmandade que ficava no convento percebeu que não teria a imagem de volta e mandou fazer uma nova imagem de São Benedito. Também começou a fazer suas procissões muito pomposas para diminuir as procissões do Rosário.

Por toda essa pompa os membros da irmandade que ficava no Rosário os apelidaram de caramurus, alusão a um partido político do Império. Porém, eles não entenderam dessa forma e acharam que os estavam chamando pelo nome de um peixe, de cor esverdeada. Ofendidos, logo apelidaram os irmãos do Rosário de peroás, pois nessa época era um peixe que não tinha valor: se vinha preso às redes de pesca era imediatamente lançado ao mar.

 O Instituto GOIA

O Instituto GOIA é uma associação de fins não econômicos que possui como principal objetivo a preservação e proteção do patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental do Espírito Santo. Por meio de treinamentos, cursos, atualização profissional, pesquisas, oficinas e demais atividades culturais, o GOIA desenvolve projetos de cunho educativo e social.

Um deles é a Escola Multidisciplinar Profissionalizante de Artes e Ofícios (EMPAO), que recebe o apoio da ArcelorMittal Tubarão e formou sua primeira turma em 2002. Atualmente, os cerca de 90 jovens formados nas seis primeiras turmas prestam serviço ao Instituto, executando a restauração de imóveis para fins de preservação.

A qualificação de uma mão-de-obra especializada em restauro de edificações de interesse histórico traz benefícios tanto às famílias dos jovens envolvidos, com o aumento da renda através da bolsa de estágio em obra, como à comunidade como um todo, pois devolve à cidade seu patrimônio histórico preservado.

Todas as ações do Instituto GOIA objetivam a educação para a vida, visando a transformação da sociedade a partir da oportunização de alternativas de crescimento pessoal e profissional e da justiça social.

Mais Informações:

Ricardo Rodrigues - Instituto Goia - (27) 3322.6418
Ilda Castro, Mile4 Assessoria de Comunicação, 27 3227.1594 / 9972.1274

Fonte: Rosane Freitas (Mile4 Assessoria de Comunicação)