O sistema de coleta e análise da poeira no ar da Grande Vitória passou por modificações para se obter melhores resultados, que vão mostrar a fonte da poluição que prejudica a qualidade de vida da população. O resultado do monitoramento fica pronto em abril de 2009. O estudo acontece paralelo ao investimento na contenção do chamado pó preto espalhado pelo vento, principalmente em Vitória e Vila Velha.
A coordenadora da rede de monitoramento do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Jane Marie, explicou que o número de pontos de coleta da substância diminuiu, mas a análise da composição da poeira foi ampliada. "Vamos coletar em um menor número de pontos, mas vamos ampliar a qualidade da análise dos pontos para saber como está a poeira na Grande Vitória".
Para coletar o material, foram espalhados recipientes em pontos estratégicos que irão acumular a substância. O conteúdo de cada pote será pesado e analisado. A partir dos resultados será possível identificar a fonte emissora da poeira. "São várias empresas de grande porte no Estado e uma mesma empresa possui várias fontes de emissão de poeira. Esse estudo vai permitir a identificação do ponto responsável pela emissão e as empresas vão poder direcionar ações de controle para esse ponto. A identificação da composição da poeira vai permitir isso".
Os recipientes de coleta foram posicionados em locais já utilizados pelos órgãos de controle do meio ambiente para análise da qualidade do ar. "Não optamos por colocar os potes nas residências porque alguém poderia alterar o conteúdo, jogando mais poeira ou outro material. Por isso preferimos os locais usados para medição da qualidade do ar".
Segundo Jane Marie, a medida vai beneficiar moradores e empresas. "Sabemos que grande parte da poeira é composta por matéria-prima das empresas, que está sendo lançada no ar. Com o controle da poeira teremos dois ganhos: não teremos as residências poluídas e a empresa não perde o material ou os insumos que ela utiliza. O excelente é a gente fazer com que o material não saia de onde ele está".
Investimento também na contenção da poeira
A partir de setembro do ano que vem, a quantidade de minério espalhada pelo vento em direção à Vitória e Vila Velha, bem como regiões vizinhas tende a reduzir. A mineradora Vale vai aumentar o investimento e começar a construir barreiras de vento (Wind Fences) para evitar que partículas de minério sejam carregadas pelo ar.
O primeiro equipamento, com 19 metros de altura, vai contornar três dos quatro lados do pátio de estocagem das usinas de 1 a 4, que ficam ao lado desse espaço. Nesse equipamento serão investidos de R$ 10 milhões a 12 milhões, mas ainda não se sabe quanto será investido nas outras quatro barreiras que rodearão os demais pátios de estocagem do Complexo de Tubarão.
Três passam a funcionar no final de 2010, deixando a última (pátio de carvão) para julho de 2011. O novo sistema funciona como uma cerca de proteção, com 20 metros de altura (tamanho superior ao das pilhas de pelotas, minério e carvão), em média, e feita de polietileno. A cerca reduz a quantidade de vento que passa pelo pátio e ainda evita que ele carregue o produto.
Os estudos para avaliar a eficiência das chamadas Wind Fence chegaram a apontar que esse tipo de equipamento pode chegar a um nível de eficiência de 90%. Apesar das informações preliminares dos estudos, o nível de eficiência ainda depende do período de monitoramento.
Fonte: Gazeta Online
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 04/09/2008 às: 0-2:58