Além dos problemas comuns à maioria das obras em áreas urbanas, como poeira e barulho, os moradores de Vila Velha, que convivem a meses com as intervenções realizadas pela prefeitura têm outra reclamação. É a falta de homens trabalhando.
O aposentado Moacir Dalto, de 65 anos, mora no bairro Alecrim e constantemente passa pela avenida Carlos Lindenberg. Ele diz que há cerca de 15 dias não vê movimentação nas obras que ficam próximas à entrada do bairro Cobilândia. "Isso aqui está entregue à sorte", diz ele.
A reportagem passou pelo trecho na tarde desta quinta-feira (16) e não encontrou nenhum trabalhador das empreiteiras contratadas pela prefeitura e também nenhum agente de trânsito para orientar quem passava pelo local. Um pouco mais à frente, uma equipe, com a utilização de um trator, trabalhava nas obras de drenagem da avenida. De acordo com o grupo, eles atuavam desde as 7h, mas não souberam explicar porque outros canteiros de obras estavam vazios.
Já no centro de Vila Velha, mais homens trabalhando, dessa vez nas calçadas. Mas os comerciantes não estão nenhum pouco satisfeitos com o andamento dos serviços. Para o vice-presidente da Associação dos Comerciantes da região, Eliseu Mazoco, há descaso quanto à minimização dos transtornos causados.
"A gente observa que eles não se importam em criar transtornos. Parece que eles estão fazendo uma estrada no meio do mato. Não sabem a gravidade que é trabalhar no centro da cidade", afirma. O maior problema estaria na falta de sinalização. "A cada dez metros tem um risco de acidente", diz ainda Mazoco.
O vendedor Marcos Thadeu, que trabalha em uma ótica, diz que a movimentação atrapalha os negócios. Ele conta que a calçada que fica bem em frente à loja foi quebrada três vezes. "Mediram errado. Fizeram a tubulação e depois vieram tirar as árvores. Para fazer isso, quebraram o serviço da tubulação, que teve que ser refeito. Se eles sabem que tem que retirar as árvores porque não fizeram isso antes? Que projeto é esse?", questiona.
Ele também reclama que os trabalhos não são diários. "Chegam 9h, 9h30, dão uma quebradinha e param. Depois de meio-dia voltam. Por volta de 16h30 vão embora, mas não é todo dia que vêm aqui. O serviço está muito lento", avalia.
O assessor técnico da Secretaria de Obras de Vila Velha, Rodrigo Sobreira, diz que as obras não pararam. As duas empreiteiras responsáveis pelo serviço atuam de 7h às 22h no Centro e na Orla de Itaparica; e de 7h às 18h na Lindenberg. Sobreira afirma ainda que "o pior já passou". Sobreira ressaltou que as obras no Centro estariam em fase de finalização e até a próxima semana o asfalto que segue até a Praia da Costa deve estar pronto.
Quanto à poeira, ao menos no trecho próximo à Cobilândia, onde ocorrem também as obras da macrodrenagem, um caminhão-pipa está à disposição da população. Ele pode ser acionado pelo telefone 9989-1423. A previsão de término da maioria das obras é para o ano que vem. Até dezembro devem estar concluídos alguns trechos.
Fonte: GazetaOnline