Em entrevista ontem à Rádio CBN Vitoria, o prefeito de Vila Velha Max Filho (PDT) rebateu as críticas do prefeito eleito Neucimar Fraga (PR). Fraga criticou as obras da orla do município e conclamou a população a cobrar da prefeitura as adequações e correções necessárias. O prefeito rebateu: "Tudo isso que ele está dizendo para a população fazer, ele já fez. Já conseguiu embargar a obra". Confira os principais trechos da entrevista:

O que o senhor acha das declarações do prefeito eleito Neucimar Fraga de conclamar a população a cobrar correções no projeto das obras na cidade?

Isso tudo é pura politicagem. Temos enfrentado isso ao longo do nosso trabalho. Os políticos têm torcido para que a gente não conclua essa obra ao longo do nosso mandato. Mobilizaram a Câmara Municipal, órgãos públicos, Ministério Público. Tudo isso que ele está dizendo para a população fazer, ele já fez. Já conseguiu embargar a obra, já conseguiu que o Ministério Público entrasse na Justiça. Licenciamos a obra e superamos toda essa politicagem, política de baixa qualidade daqueles que torcem pelo quanto pior melhor. Um aliado do prefeito eleito disse que o governador quis ajudar Vila Velha e o prefeito não quis. Isso não é verdade. O senador Magno Malta mentiu, atentou contra a verdade. Bati as portas do Estado e o que eu tive do Estado foi o embargo da obra. Provo isso com os inúmeros ofícios que encaminhei ao governo estadual e a bancada federal. Ajudaram, mas se eu não fiz mais é porque não me deram mais.

O senhor disse que será prefeito até 31 de dezembro. Esse será o tom da transição?

Sou um homem feito ao diálogo, estarei aberto e organizando a transição para que o prefeito eleito não viva seus primeiros dias como eu vivi no passado, sem precisar buscar em uma fonte que não seja oficial. Não tenho responsabilidade pela eleição do Neucimar, nosso partido não o apoiou. No segundo turno não apoiamos nenhum candidato

Mas, o prefeito eleito na Serra, Sérgio Vidigal (PDT), declarou apoio à candidatura de Neucimar.

Desde o primeiro turno, viemos à executiva estadual do partido. Num ato de traição à bandeira partidária, eles abandonaram o candidato do partido e apoiaram a candidatura do prefeito eleito. Eu acho que é um espetáculo que não devemos assistir sobretudo quando se fala tanto em fidelidade partidária e em compromisso com os companheiros de partido.

Os candidatos a prefeito de Vila Velha insistiram no discurso de retirar a cidade do isolamento político. O senhor se sentiu isolado?

Vila Velha nunca buscou o isolamento. Eles que procuram isolar Vila Velha, ouvimos isso até do PT. O Cláudio Vereza que é um amigo e uma pessoa com quem convivi na Assembléia, ficou isolado e falou de isolamento. O discurso é que tínhamos que eleger um prefeito que fosse parceiro do governo estadual. Tá feito. Agora nós vamos cobrar a execução dessas propostas mirabolantes, de hospital. Eu acho que o governo estadual tem muito dinheiro em caixa e não quis ajudar Vila Velha porque o prefeito não era do mesmo partido dele, ou o governo estadual vai ficar em maus lençóis porque as promessas foram muitas e se não forem cumpridas a população vai cobrar. Tudo que o estado não fez em quatro anos vai ter que fazer agora em dois. Ou esses aliados do governo estadual o deixaram em má situação.

Os Max Mauro vão para outro partido?

Não estamos discutindo isso ainda. Estamos ouvindo companheiros em Vila Velha para avaliar nosso futuro político.

O senhor poderá ficar no PDT após essa divergência na campanha em Vila Velha?

Não parei para pensar nisso ainda. Eu acho que é uma reflexão para se fazer mais à frente. Mesmo porque a fidelidade partidária prevê que um político eleito por um partido não pode deixar esse partido. Vou cumprir meu mandato de prefeito dentro do PDT. Pelo menos agora não pretendo deixar o partido.

Fonte: Jornal AGazeta