A chuva que atingiu a Grande vitória na noite desta sexta-feira (14) provocou alagamentos em várias ruas e avenidas. Muita gente acabou ilhada ou tendo que encarar água até os joelhos. Em diversos bairros de Vila Velha, a situação ficou dramática para motoristas e pedestres.
Em Vitória foram registrados vários pontos de alagamentos. Na avenida Nossa Senhora da Penha, por volta das 21h20, um semáforo caiu nas proximidades da boate São Firmino, no sentido Praia do Canto - Centro, impedindo a passagem de veículos. De acordo com a guarda municipal, com o trânsito lento, diversos motoristas retornaram na contramão para acessar as ruas transversais.
Ainda na capital capixaba, no morro São Benedito, uma árvore caiu sobre uma casa e parte da cozinha foi destruída. No bairro Consolação, a sala de uma residência desmoronou. Em nenhum dos casos foi registrado feridos.
Esgoto
Na Praia de Coqueiral, em Vila Velha, a avenida Estudante José Júlio de Souza, a principal da orla, o fluxo de veículos ficou lento diante da quantidade de água que carros e motos tinham que transpor em determinados trechos.
Por volta das 20h a via ficou congestionada diante da lentidão com que os veículos seguiam. "Aqui sempre que chove fica dessa forma. É impossível circular sem que seja com água e esgoto batendo na canela", conta o estudante de Medicina Andrey tonetto Barbosa, que mora em um dos prédios situados de frente para o mar.
Com a chuva da noite desta sexta-feira, moradores do bairro Nova Itaparica, em Vila Velha, ficaram novamente ilhados em menos de uma semana. De acordo com o aposentado, Robson Bernardo, 50 anos, as ruas Manoel de Abreu e Ceciliano Abel de Almeida ficaram inundadas com cerca de meio metro de água. "Sempre quando chove é assim", disse revoltado.
O aposentado ressaltou que a garagem da casa em que mora fica acima do nível da rua, mas mesmo assim, a água chegou a invadir o local. Robson afirmou que na tarde desta sexta um caminhão-bomba da prefeitura de Vila Velha esteve na rua para desentupir o esgoto, mas o serviço não adiantou de nada.
Ele lembrou que em 2005 a prefeitura fez o calçamento da rua juntamente com a rede de drenagem, no entanto, a via ficou abaixo do nível do canal que atravessa o bairro, dificultando sempre ao escoamento da água da chuva. Na chuva da madrugada de sábado para o domingo, o aposentado tomou um susto ao acordar com lama e excrementos na porta.
Ilhados
Nas proximidades do Terminal de ônibus Transcol de Vila Velha, várias ruas apresentaram pontos de alagamento. Na avenida Antônio Ataíde e Luciano das Neves motoristas enfrentam dificuldade para trafegar. Já na avenida Santa Leopoldina, próximo à Faculdade Novo Milênio, carros estão retornando na contramão devido ao grande acúmulo de água nas pistas.
Em Santa Mônica, outro bairro de Vila Velha, várias ruas ficaram embaixo d´água. Entre elas, o final da rua Seis e parte da avenida Perimetral, que está na divisa de Coqueiral. Os clientes de um bar, situado em frente ao Movimento Comunitário, ficaram ilhados sem poder deixar o estabelecimento. "A rua da Igreja Católica, a mesma onde fica esse bar, ficou impossível de passar. Ficou completamente alagada", conta o estudante de Direito, Fellipe Barbosa.
Outro bairro do município que ficou com as ruas alagadas deixando os moradores ilhados foi Cocal. Não havia como atravessar as ruas, nem sair de casa. O bairro está interligado com Santa Mônica e Coqueiral de Itaparica pela rua da Feira, onde fica localizado o ginásio de esporte Tartarugão, que também ficou difícil de se atravessar. Essa via liga os três bairros.
Alguns motoristas, que insistiam em seguir em frente dirigiam com cautela para não ficar com o carro no meio da água. "Chegou a formar algumas pequenas ondas. Como essa rua fica em um ponto mais alto do que as ruas internas de Santa Mônica e de Cocal parte da água era escoada para dentro dos dois bairros", relata Fellipe.
Enchente
Na Ilha dos Aires, um dos bairros da periferia de Vila Velha, e no Centro da cidade, a chuva forte pegou muitos de surpresa. A estudante Lyvia Cardoso da Silva conta que estava na academia quando começou a chuva. Em poucos minutos as ruas ficaram completamente alagadas. Ela relata que na rua Henrique Laranja, os clientes de um bar ficaram ilhados. A chuva inundou a calçada, obrigando as pessoas a ficarem dentro do estabelecimento. Para piorar a situação faltou luz nos postes da rua.
"Vim da academia com água quase no joelho. Há muitos anos não via essa rua tão alagada. Dá última vez foi quando
foto: Lyvia Cardoso
É o segundo temporal em menos de uma semana que atinge a Grande Vitória
deu aquela chuva forte há alguns anos. Para piorar a situação faltou luz na rua. Os motoristas iam até a metade do caminho. Teve um que tentou passar e no meio do caminho abriu a porta porque a água estava entrado no veículo", relata.
Na rua da Prefeitura do Município, 7 de Setembro, a quantidade de água assustou aos moradores, pois não é comum que ela inunda. Próximo ao Centro, no bairro Divino Espírito Santo, a servidora pública Rosimery Santana relatou que as ruas Amarildes Bernades e Presidente Lima estavam completamente alagadas.
"Uma coisa horrível. Muita água mesmo. Saí da minha casa e fui vê como estavam essas ruas, sabia que podia estar cheia, mas nem tanto. Tive que voltar correndo pois começou a chover forte novamente", relata a servidora.
No bairro Santos Dumont a empresária Elza Costa Moura relatou que por pouco não conseguiu entrar com o carro na garagem. A água, segundo ela, subiu rapidamente. Elza relata que a cena chamou a atenção de todos que estavam na casa dela, tamanha quantidade de água.
Vitória
Na avenida Beira-Mar, em Bento Ferreira, os motoristas encontraram dificuldade para trafegar. A via ficou alagada no trecho compreendido entre a Superintendência de Polícia Rodoviária Federal até o início da avenida Leitão da Silva, onde uma obra interdita parte de uma das pistas.
Outro ponto de alagamento foi registrado na avenida Américo Buaiz, no trecho que compreende a lanchonete Mc Donald´s e o Shopping Vitória, onde a água acumulada invadiu ruas e calçadas. Um pouco mais à frente, próximo ao Hortomercado, um novo ponto de alagamento fez com que o canteiro central que divide as pistas ficasse submerso.
As avenidas Leitão da Silva, Fernando Ferrari, Dante Michelline e Chafik Murad também apresentam pontos de alagamento dificultando a passagem de pedestres e veículos.
Em Itararé, a rua das Palmeiras se transformou praticamente em um rio. A correnteza na via, provocada pela enxurrada arrastou sacolas de lixo, garrafas plásticas, entre outros dejetos que ficaram boiando na água suja. O nível da água chegou a metade das rodas dos veículos que estavam estacionados sobre as calçadas.
Moradores relatam que a intensidade da chuva, aliada à velocidade dos ventos, molhou até móveis dentro das residências. Muitos improvisaram coberturas nas varandas para evitar maiores estragos e proteger a mobília.
Na avenida César Hilal, em Santa Lúcia, nas proximidades da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) os dois sentidos da via ficaram inundados. Alguns motoristas que precisam acessar a Terceira Ponte se arriscam pela água, mas a maioria está retornando na contramão para seguir pela avenida Beira-Mar prejudicando ainda mais o trânsito.
Fonte: Gazeta Online
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 15/11/2008 às: 14:00
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