Os vereadores da Câmara Municipal de Vila Velha são unânimes em avaliar que o atual presidente, José Camillo (PSDB), é o favorito para exercer mais um mandato à frente da Casa. A análise, porém, é inevitavelmente seguida de uma ressalva: para que, no dia 1º de janeiro, Camillo possa ser empossado para mais um biênio como presidente da Câmara, é preciso saber se, nesse dia, ele vai poder ser empossado para mais um quadriênio como vereador.
E, diante da possibilidade de isso não ocorrer – se o recurso de Camillo contra a cassação de seu registro for rejeitado pelo TSE –, alguns vereadores reeleitos são cotados para preencher o vácuo deixado pelo presidente. Entre estes, destaque para Jonimar Oliveira (PDT) e, em menor grau, Ivan Carlini (PR).
A análise é de que, se Camillo não puder assumir o mandato, ele mesmo teria o poder de indicar o sucessor. O prefeito eleito, Neucimar Fraga (PR), também deve ter grande influência na escolha, pois conseguiu eleger a maior bancada (nove) e, no segundo turno, foi apoiado por 14 vereadores eleitos. "Já fui procurado por vários candidatos. Havendo a ausência de Camillo, Jonimar e Ivan Carlini têm chances, com Reginaldo Loureiro correndo por fora. Vai depender de quem tiver a simpatia maior do prefeito eleito", confirmou um vereador.
A despeito de quem sejam os escolhidos para a presidência e os demais cargos da Mesa Diretora, fato é que a escolha será feita dentro desse grupo de vereadores que têm se reunido para, desde já, garantir a coalizão governista na Câmara. Abraçado por Neucimar – que teve no PSDB o maior aliado da coligação –, Camillo conta com apoio irrestrito do bloco e, em reunião na última quinta-feira, seu nome foi lançado para a presidência.
Apontado como favorito se for preciso substituir Camillo, o próprio Jonimar diz torcer para que o colega possa seguir na presidência, até porque, nas duas vezes em que presidiu a Câmara, contou com o apoio do colega.
Mas, se por algum "acidente" – como um vereador definiu –, o presidente não puder assumir o mandato, Jonimar (PDT) poderia ser o candidato alternativo, inclusive com o respaldo de Neucimar, mesmo sendo (ou exatamente por ser) do PDT. Ivan Carlini também pleiteia a vaga, mas teria menos chances, por uma questão de perfil. "Alguns trabalham com esta hipótese: como vamos votar em Camillo, se ele ainda tem pendências na Justiça?", disse um vereador.
O mais cotado
"Não discuto a hipótese de não ser vereador. Se houver alguma novidade, vai ser surpresa para mim, e vou recorrer"
José Camillo (PSDB), presidente da Câmara de Vila Velha
A alternativa
"Sabemos o papel que Camillo cumpriu. Ele vai ser o melhor para a Câmara, e estou certo de que vai conseguir"
Jonimar Oliveira (PDT), vereador de Vila Velha
Entenda por que Camillo ainda pode deixar de assumir o mandato
Registro. O vereador José Camillo teve o registro da candidatura rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral, por irregularidades em contas prestadas ao Tribunal de Contas da União (TCU). O advogado do vereador, Hélio Maldonado, interpôs recurso no Tribunal Superior Eleitoral.
Liminar. No dia 3 de outubro (a dois dias do pleito), o vereador obteve decisão liminar a seu favor no TSE, proferida pelo ministro Ricardo Lewandowski. Com isso, pôde concorrer normalmente e ter seus votos contabilizados, até o TSE julgar o recurso contra a cassação do registro. Ele obteve 4.392 votos.
Julgamento. O recurso será analisado pelo ministro Joaquim Barbosa. Se a liminar não for confirmada, os votos de Camillo serão considerados nulos e ele perderá o mandato. Nesse caso, quem assume é Robson Batista (PSDC), primeiro suplente da coligação.
Jorge Anders. Dito co-responsável no mesmo processo do TCU pelo qual o registro de Camillo foi negado, o ex-prefeito e candidato a vereador Jorge Anders (PSL) teve seu recurso indeferido pelo ministro Marcelo Ribeiro, do TSE, em decisão monocrática. Mas a defesa de Camillo entende que, embora semelhantes no fundo, os processos têm conseqüências jurídicas diferentes.
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 19/11/2008 às: 07:35
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