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Verão: mais chuva que o normal
 


A chuva que insiste em tirar o sossego dos capixabas há pelo menos dez dias ? e ininterruptamente há três - deve continuar até a próxima sexta-feira. Mas a trégua do mau tempo deve durar menos do que gostariam os amantes do sol e das praias. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de um verão com mais chuva do que o normal no Estado.

Nos últimos dias, choveu acima da média esperada em vários municípios, principalmente na Capital. Segundo o Inmet, eram esperados para todo o mês de novembro 180 milímetros de chuva em Vitória, mas até ontem foram registrados 510 milímetros. Excesso de água e de prejuízos: a Defesa Civil Estadual registrou, até ontem, 265 pessoas desalojadas e outras 34 desabrigadas em todo Estado.

Em Vitória, a principal preocupação são os deslizamentos de encostas nos morros. Moradores das localidades de Jaburu e Fonte Grande estão em alerta. Uma família teve a casa destruída por uma rocha. Em Vila Velha, o prefeito Max Filho decretou ontem situação de emergência por causa dos alagamentos. Cobilândia, Vale Encantado Santa Rita e Jaburuna estão entre os bairros mais atingidos.

"Temos registradas nove pessoas desabrigadas e outras 20 desalojadas. Mas sabemos que esse número é maior porque nem todos nos procuram. Com o decreto, podemos ter mais agilidade na resolução dos problemas e buscar recursos junto ao governo do Estado", diz o coordenador da Defesa Civil de Vila Velha, Adão Cunha.

Na Serra, moradores de bairros como José de Anchieta 2, Jardim Carapina e Enseada de Jacaraípe também estão sofrendo com alagamentos. O coordenador da Defesa Civil da cidade, Sebastião Sabino, disse que se a chuva não parar nas próximas 24 horas o município também pode decretar situação de emergência.

Já tomaram essa decisão as prefeituras de Iconha, Baixo Guandu e Vargem Alta, que soma 107 desalojados e 19 desabrigados por causa da cheia do Rio Frutera. O pior é que mais transtornos podem vir por aí. A previsão é que os meses dezembro e janeiro sejam de mais chuva acima da média.

"Estamos em um período propício à ação de frentes vindas do Atlântico Sul e de nebulosidades da Amazônia. Esses fenômenos trazem calor e chuvas, mas acredito que excessos como o desse mês de novembro não devem se repetir", diz a meteorologista do Inmet, Marlene Leal. Não há registro de mortos ou feridos em todo Estado.

A situação dos municípios
Este é o balanço da Defesa Civil Estadual e das defesas municipais da Grande Vitória

Vitória
Deslizamentos: Foram registrados deslizamentos de pedras e de encostas nos morros do Jaburu, Fonte Grande e São Benedito
Alagamentos: Ocorreram alagamentos nas avenidas Leitão da Silva, Marechal Campos e Vitória
Vítimas: Há, pelo menos, uma família desabrigada e seis desalojadas

Vila Velha
Deslizamentos: Foram registrados deslizamentos de pedras e de encostas nos morros de Jaburuna, Ataíde e Santa Rita
Alagamentos: Vários bairros sofrem com alagamentos, principalmente Cobilândia, Vale Encantado, Nova Itaparica, Guaranhuns, Divino Espírito Santo e Santa Rita. Várias ruas e vários trechos de avenidas de fluxo grande, como a Carlos Lindenberg e a Vitória Régia, também foram atingidas
Vítimas: De acordo com a Defesa Civil de Vila Velha, há 20 pessoas desalojadas no município e nove desabrigadas, mas o número pode ser maior

Serra
Deslizamentos: Foram registrados deslizamentos de pedras e de encostas, além de desabamentos de casas, em Taquara I, El Dourado e Carapina I e II
Alagamentos: O bairro mais atingido por alagamentos de vias e de casas é José de Anchieta II, mas a água também invadiu residências em Jardim Carapina, Central Carapina, Bairro das Laranjeiras e Enseada de Jacaraípe
Vítimas: Há, pelo menos, 32 famílias desabrigadas (todas em José de Anchieta II) e oito desalojadas

Cariacica
Deslizamentos: Houve deslizamentos de encostas e queda de muros nos bairros Liberdade, Rio Marinho e Nova Rosa da Penha I e II
Alagamentos: Os bairros onde houve alagamentos em casas foram Valparaíso, Nova Brasília, Itanguá, Oriente, Mata da Praia, Flor de Piranema e Flexal I e II
Vítimas: A Defesa Civil tem, pelo menos, cinco famílias desalojadas e uma pessoa desabrigada

Interior
Deslizamentos: Houve deslizamentos de encostas em Baixo Guandu, Vargem Alta e Iconha. Pelo menos 400 quilômetros de estradas vicinais estão em situação crítica, o que vai prejudicar o escoamento da produção rural
Alagamentos: Foram registrados em Baixo Guandu, Vargem Alta, Iconha, São Mateus. Também houve prejuízo por causa de vento forte. São 305 casas danificadas
Vítimas: Em todo o Estado, são 265 pessoas desalojadas, sendo 72 na Grande Vitória. Outras 34 estão desabrigadas

Barranco desliza e atinge casa em Cariacica
Depois de ligar várias vezes para a Defesa Civil de Cariacica, sem sucesso, a vendedora Maria Aparecida Venturini, 42, saiu de casa com a filha de 15 anos, e ficou na rua, com medo de que acontecesse o pior. E aconteceu: assim que falou com a reportagem de A GAZETA, o barranco que ameaçava cair sobre sua casa veio abaixo e destruiu parte de sua moradia. Minutos antes, ela havia explicado à reportagem a dificuldade de os moradores da Rua Volta Redonda, no bairro Liberdade, fazer contato com os órgãos que poderiam ajudar. "Eles dizem que só vêm se tiver vítima. É um absurdo! Estou há duas noites sem dormir, vigiando, mas não veio ninguém ajudar", explicou. Em seguida, o barranco deslizou, e parte de sua casa ficou soterrada. Diante da cena, ela passou mal e foi socorrida por vizinhos. A casa foi isolada, e Aparecida precisou ficar na casa de outro filho.

DPJ da Serra corre risco de desabar
O Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) da Serra corre o risco de desabar sobre os presos que estão na carceragem da unidade policial. A Defesa Civil do município solicitou, na noite de domingo, a interdição e a transferência imediata dos detentos. Mas, na tarde de ontem, 35 deles ainda continuava no DPJ.

Parte das rachaduras pode ter sido causada por uma obra, que está sendo realizada atrás do DPJ. Para amenizar o problema, lonas foram colocadas em um muro que faz divisa com a parede da carceragem. A Associação de Investigadores da Polícia Civil (Assinpol) afirmou que vai fechar o DPJ, caso os presos não sejam transferidos até as 9 horas de hoje.

A Chefia de Polícia Civil esclareceu que a instituição tem um projeto para reforma do telhado do DPJ, e que não está medindo esforços para cumprir a orientação da Defesa Civil.

Fonte: Jornal AGazeta

Enviado Por: Eliaro
Publicado em 25/11/2008 às: 07:00
 

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