O prefeito eleito de Vila Velha vai herdar uma conta de, pelo menos, R$ 10 milhões para a reparação dos estragos causados pela chuva. A administração atual já começou a investir em ações de assistência social, limpeza e manutenção, mas – a 27 dias para o fim do mandato de Max Filho – tudo indica a maior parte das despesas ficarão para o sucessor.

Mesmo com o intervalo das chuvas na Grande Vitória, nos últimos dias, as águas não baixaram em muitos bairros do município. O local mais atingido foi na região da Bacia do Guaranhuns.

O superintendente de Serviços Urbanos da cidade, Fernando Grijó, admite que os reparos necessários não devem ser concluídos neste ano e explica que, embora espere apoio estadual, não vai falar em valores. "Esperamos que o governo (do Estado) libere o que considerar justo e necessário. Estamos apresentando o orçamento", diz.

O relatório de gastos foi preparado pela prefeitura como parte do pedido de homologação da situação de emergência ao governo do Estado. Por nota, o prefeito Max Filho informa que os documentos necessários para a homologação estão sendo providenciados. Mas ele não quis comentar o assunto pessoalmente.

Solução definitiva
A prefeitura encomendou um estudo que aponta as ações necessárias a médio e a longo prazos para resolver definitivamente a situação. Se forem colocadas em prática, será necessário um investimento de aproximadamente R$ 39,5 milhões.

As medidas visam a resolver a dificuldade de escoamento de água na Bacia do Guaranhuns. O desassoreamento do canal, o aumento da largura dele, aumentar a capacidade do bueiro do canal que passa sob a Rodovia Darly Santos e a construção de uma estação de bombeamento de água estão entre as propostas. O prazo previsto para a implantação varia ente 10 e 12 meses.

Prefeito eleito não é localizado para comentar
O prefeito eleito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PR), foi procurado, ontem, por A GAZETA, para comentar as dificuldades enfrentadas pela população de Vila Velha neste período de chuvas, mas não foi localizado. A equipe de transição de governo estava trabalhando, mas Neucimar viajava com a família. A previsão é que ele retorne ainda hoje. Na semana passada, ele chegou a admitir que a conclusão das obras de macrodrenagem será uma das prioridades de sua administração.

Quase um mês de chuvas e decreto não sai
Até ontem – quase um mês depois do início das chuvas fortes – o decreto de situação de emergência, publicado pela prefeitura, não havia sido homologado. A solicitação foi feita na última terça-feira, mas a Defesa Civil Estadual informou que a documentação não estava correta.

Ontem, superintendente de Serviços Urbanos da cidade, Fernando Grijó informou que a documentação já estava sendo corrigida, mas até o fechamento desta edição ela não havia sido entregue ao governo do Estado.

A homologação da situação de emergência é pré-requisito para conseguir ajuda financeira do governo federal. Ainda assim, o prefeito esteve na última terça-feira em Brasília para tratar do assunto.

A assessoria de imprensa esclareceu que ele viajou para uma reunião agendada com a Secretaria Nacional do Patrimônio da União que tinha como objetivo discutir questões relativas ao projeto de urbanização da orla (leia mais na página 4). Ele teria aproveitado a oportunidade para pedir a liberação do FGTS para reconstrução das casas atingidas pela enchente e sugerir uma Medida Provisória para que os benefícios do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais de Vítimas de Acidente de Trânsito (DPVAT) sejam estendidos aos danos materiais sofridos por veículos no período da enchente.

Vila Velha
- Recursos necessários para a reconstrução da cidade
- Serviços de limpeza, manutenção da cidade e recuperação da sinalização viária: R$ 3.700.000
- Obras e serviços de recuperação da infra-estrutura viária: R$ 5.360.000
- Serviços e ações de saúde: R$ 330.000
- Serviços e ações de assistência social: R$ 326.000
- Serviços e ações de limpeza e recuperação das escolas: R$ 500.000
- Serviços de apoio logístico e comunicação social: R$ 380.000

Fonte: Jornal AGazeta