Para quem passa na orla de Itaparica, em Vila Velha, pode até não parecer, mas a prefeitura do município garante: só a chuva poderá atrapalhar a entrega das obras que estão em andamento no local dentro do prazo estipulado. Se São Pedro deixar, tudo estará pronto na próxima terça-feira, dia 23.
"Se parar de chover até quarta-feira (amanhã), entregamos a obra no prazo", afirma o superintendente da Secretaria de Serviços Urbanos de Vila Velha, Fernando Grijó.
O cenário que se vê na orla não é nada animador. Muita terra espalhada, calçadas ainda sem concreto, ciclovias protegidas da chuva por lonas e muitos, muitos buracos na rua.
"Se o tempo melhorar, vamos conseguir entregar no prazo, mas, se não der, vamos adiar a inauguração sem problemas. A população está vendo o nosso esforço. O que não podemos é lutar contra Deus, nem insistir em colocar asfalto no molhado", destaca Grijó.
Segundo ele, faltam ser concluídos cerca de 300 metros de calçadão próximo à colônia de pescadores. "Enquanto isso, vamos adiantando o que dá, como a jardinagem e a limpeza do que está pronto. O concreto dá para fazer, apesar da chuva, mas o asfalto é o maior problema", aponta o superintendente.
Champagnat
A primeira etapa da obra de cabeamento subterrâneo e urbanização das avenidas Jerônimo Monteiro e Champagnat é outra que só depende do sol, segundo a prefeitura.
"Nossa meta é entregar o trecho no sentido Glória até a Praça Duque de Caxias. Tudo deve estar pronto antes do Natal. Só depende do tempo", esclarece o assessor técnico da prefeitura, Rodrigo Sobreira Nunes.
Segundo ele, nessa primeira etapa, estão incluídos, além do cabeamento e do asfalto, as obras de paisagismo, com a plantação de novas árvores, no lugar das que foram retiradas.
Da praça até a praia, a obra ficará sobre responsabilidade da administração do novo prefeito. "Mas os dutos subterrâneos já foram feitos, além de parte do recapeamento da via", aponta Rodrigo.
Comércio na Lindenberg
"O movimento caiu pela metade"
Vanderlei de Moraes Tavares
Proprietário de oficina, 51 anos
Desde que as obras começaram aqui na Avenida Carlos Lindenberg, no mês de maio deste ano, tenho amargado uma queda no movimento na minha oficina de 50%. Quando o problema não é a poeira, é a lama que fica espalhada por toda parte".
Os clientes chegam a ligar perguntando se os buracos da avenida foram consertados para poderem trazer os carros até aqui. Há oito anos eu trabalho nessa região e nunca vi uma situação tão ruim como essa de agora.
Eu e os outros comerciantes do entorno tivemos que improvisar formas de escoamento da água da chuva, para que ela não fique mais empoçada na frente das nossas lojas e estabelecimentos.
Caminhoneiro evita passar pela Lindenberg
O motorista de caminhão Valdecir Luiz Pollake, 49 anos, treme só de pensar em passar pela Avenida Carlos Lindenberg. "Com essa obra, o que era ruim piorou. É uma tristeza quando me dão um frete que tem que passar por aqui". Essa semana, Valdecir teve mais um prejuízo com a via. "Caí num buraco na entrada de Alvorada. Quebrou o calço da cabine. Nem é tão caro, o problema é parar o carro para consertar e perder um dia de serviço".
Chuva e buracos espantam clientes da praia
A reforma na orla de Itaparica também atrapalhou as vendas nos quiosques da praia. "Essa obra está encruada, parece que não sai do lugar", reclama o atendente do Quiosque do André, Fabrício Rufino, 22 anos. Segundo ele, agora melhorou um pouco. Mas, no começo, os clientes reclamavam muito. "O movimento ainda não voltou ao normal, mas a chuva não está colaborando também", comentou Fabrício.
"Obra demorou demais para começar"
O aposentado Roldão Marques Ribeiro, 64 anos, caminha todos os dias na orla de Itapoã. "Em cada etapa da obra eu ia para um lado. Às vezes pela areia da praia, outras pelo outro lado da rua. Por isso vi de perto o desenvolvimento da obra", conta. Para Ribeiro, a prefeitura demorou demais para começar. "Depois que eles deram o pontapé inicial até que andou bem, mas com esse tempo não há obra que agüente", destaca.
Previsão é de chuvas até quinta-feira
Pelo visto, a inauguração das obras de Vila Velha terá que ser adiada. A previsão para o Estado é de muita chuva nos próximos dias. Hoje, os municípios da Região Sul devem sofrer mais, segundo a meteorologista Patrícia Madeira, do Climatempo.
Amanhã, a frente fria que toma conta do litoral do Sudeste - e forma a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul ? chega ao Centro-Sul do Espírito Santo, trazendo chuva forte para toda a Grande Vitória.
A instabilidade deve diminuir na quinta-feira, mas o sol só volta a brilhar na sexta-feira. A previsão é de que o fim de semana seja ensolarado, mas com possibilidade de pancadas de chuva ao longo do dia.
Mais oito meses de caos
Nem o sol é capaz de resolver os problemas da Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha. Com previsão de durar 15 meses, a obra iniciada em maio deste ano ainda está longe de acabar.
Com a chuva, o que já era ruim piorou. A lama e as poças escondem os buracos, provocando acidentes e engarrafamentos na via.
Segundo o secretário municipal de Serviço Urbanos, Romário de Castro, a construção da rede de drenagem da via só deve ficar pronta em fevereiro ou março do ano que vem, já na outra administração. Só então o trabalho de reurbanização poderá ser feito.
"Estamos há quase 60 dias praticamente parados por causa das chuvas e não dá para fazer galeria debaixo de água", explica o secretário.
Segundo ele, até a operação tampa-buracos ficou prejudicada. "Não podemos colocar asfalto na chuva, então jogamos solo-brita, mas não é muito resistente".
As novas galerias de drenagem já foram instaladas em dois quilômetros da via ? que tem sete quilômetros de extensão. "Nossa idéia era entregar pelo menos uma parte já urbanizada, mas vamos ter que analisar novamente os prazos. Se parar de chover, podemos até avançar um pouco mais na drenagem", informa.
Fonte: Jornal AGazeta
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 16/12/2008 às: 06:38
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