Moradores de Vila Velha, que já enfrentam muitos transtornos com a realização de obras públicas, devem se preparar. O futuro prefeito da cidade, Neucimar Fraga (PR) admite a possibilidade de paralisar os serviços na Avenida Champagnat, onde, segundo ele, pode não haver recursos financeiros para contratos firmados pela atual administração. Ele também promete rever os contratos das obras de macrodrenagem.

"A gestão da macrodrenagem é ruim, e a qualidade de alguns trechos também. A obra não está sendo tocada de acordo com o que foi contratado, tanto que a Caixa Econômica não está pagando. No mês de janeiro, nossa expectativa é avaliar cada um dos cinco trechos da macrodrenagem. Os trechos que estiverem andando bem, dentro da norma técnica, serão tocados. Os que estão parados, vamos fazer uma avaliação", afirma.

Segundo Neucimar, estudos que apontam que ele assumirá uma prefeitura com mais de R$ 80 milhões em obras contratadas e não concluídas. "Macrodrenagem, pavimentação construção de escolas, Avenida Champagnat, fazem parte da lista. Eu não incluo a Avenida Lindenberg porque a obra é conveniada com o governo e não vai faltar recurso para o trecho dois, que está em construção. Para o um e o três, ainda não contratados, pedi ajuda ao governador Paulo Hartung. Ele ficou de me responder até o dia 5 de janeiro", argumenta.

Ainda sobre a Avenida Carlos Lindenberg, Neucimar Fraga diz que ela precisa de um cronograma que dê mais celeridade ao seu andamento. "É preciso que os trabalhos sejam ali executados aos sábados, domingos, feriados. Hoje, quando diminui o fluxo de carros, os trabalhadores vão para casa."

A conclusão da Avenida Champagnat é motivo de incerteza, por enquanto. Segundo o prefeito eleito, a atual administração divulgou que a obra custaria R$ 3,46 milhões, mas ele tem informação de que o custo é de R$ 14 milhões, e que já existem dois contratos firmados que somam R$ 10 milhões - um de R$ 3,2 milhões e outro de R$ 6,6 milhões -, e que a prefeitura não teria recursos para concluir os trabalhos.

"A obra está paralisada. São três etapas: o primeiro, de construção da galeria, foi executado; o segundo, a retirada dos postes e instalação de fiação subterrânea, não. Fizeram parte do terceiro trecho, que inclui calçadas e pavimentação do piso, mas, para retirar os postes, as calçadas têm que ser quebradas. Isso demonstra falta de organização. É uma obra numa avenida importante, mas que sem recursos em caixa não pode ser tocada. Vamos ter que encontrar um mecanismo para resolver essa situação. Até lá, a obra pode sofrer uma paralisação temporária", admite.

Orçamento da cidade será votado hoje
Os vereadores de Vila Velha se reúnem hoje para a última sessão desta legislatura, às 16 horas. Eles vão encerrar os trabalhos sem votar o orçamento do município previsto para 2009, que é de R$ 491 milhões. Na pauta estão projetos de autoria do atual prefeito, Max Filho (PDT), como de suplementação de verbas por conta das chuvas que atingiram o município, e dos parlamentares.

Tribunal mantém Camilo fora da Câmara

O presidente da Câmara de Vila Velha, vereador José Camillo (PSDB), teve uma nova derrota ontem na Justiça Eleitoral. O tucano, que foi impedido de assumir o novo mandato por decisão judicial, teve um recurso negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e estará de fora da solenidade de posse do dia 1º e da disputa pelo comando da Mesa Diretora da Casa. A nova decisão contrária a Camillo faz aumentar as dúvidas no processo de escolha do próximo presidente da Câmara.

Numa decisão liminar, a juíza do TRE Enara Oliveira Olímpio não aceitou o mandato de segurança que tinha como objetivo garantir a posse do tucano. Camillo teve seu diploma cassado depois de confirmado o indeferimento de registro - motivado por irregularidades em contas analisadas pelo Tribunal de Contas da União. Pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os votos de Camillo foram anulados.

O advogado do tucano, Hélio Maldonado Jorge, disse que a defesa vai aguardar agora o julgamento do mérito dos recursos tanto no TSE quanto no TRE, que por conta do recesso no Judiciário só devem ser retomados a partir do próximo dia 7.

Quem assumirá a vaga é o vereador Robson Batista (PSDC).

No vácuo da ausência de Camillo, os nomes mais cotados para ser o novo presidente são os dos vereadores Ivan Carlini (PR) e Reginaldo Loureiro (PSC).

Carlini foi denunciado junto com o ex-deputado José Carlos Gratz por conta do asfaltamento irregular de ruas em Cobilândia. Já Loureiro aceitou o convite do prefeito eleito Neucimar Fraga (PR) para ser o secretário de Serviços Urbanos da cidade.

Questionado sobre a possível eleição de Carlini para presidir a Casa, Neucimar disse ontem que não veta o nome de ninguém. "Não tem veto a nenhum nome. Todos os 17 vereadores estão habilitados para ser presidente".

Fonte: Jornal AGazeta