Novos alagamentos serão inevitáveis nos bairros de Vila Velha. A constatação é do prefeito, Neucimar Fraga. Pelo menos três pontos do dique do Rio Jucu estão comprometidos e as comportas do canal Guaranhuns estão fechadas, o que significa que se continuar chovendo, a população local será novamente atingida. Nesta quarta-feira (07) o prefeito anunciou algumas medidas preventivas, e também afirmou que a prefeitura está estudando a remoção das famílias do bairro Pontal das Garças.

O vice-governador em exercício, Ricardo Ferraço, confirmou que Vila Velha vai receber R$ 9,6 milhões do montante total de R$ 12 milhões repassados pelo Governo Federal para reparação de danos causados pelas últimas enchentes no Espírito Santo. Esse seria o recurso utilizado pela Prefeitura de Vila Vela para a construção de um conjunto habitacional para abrigar as famílias de Pontal das Garças, mas não há ainda um projeto que prevê a mudança.

Segundo o secretário municipal de Defesa Social, Ledir Porto, um estudo preliminar já apontou que o bairro é inadequado para habitação. "O município está em parceria com o Estado para elaborar um estudo técnico, que vai apontar a solução definitiva para a região, mas inicialmente já existe a necessidade de remoção das famílias. A gente pede para que as famílias que residem em Pontal das Garças não façam construções, edificações de novas casas, porque há a possibilidade de remoção das famílias da região", explicou o secretário.

O bairro Pontal das Garças surgiu na década de 90 sob a promessa de um projeto de drenagem e de melhorias que nunca se confirmaram, numa área que antes era ocupada por um braço do Rio Jucu. A região foi um dos locais mais atingidos pelas últimas enchentes. Famílias perderam casas e todos os bens.

Nesta quarta, a auxiliar de serviços gerais, Lucimar Evaristo da Silva, 51 anos, estava com dificuldades para entrar na casa, em Pontal das Garças. O acesso para o bairro está repleto de lama e os moradores já estão utilizando botas para entrar no local. A moradora tem medo que o pesadelo do final do ano passado recomece.

"Estou com muito medo. Em novembro eu e minha família tivemos sair de casa e perdemos todos os móveis. O sofrimento da gente aqui é muito grande, principalmente a gente que precisa sair para trabalhar, para voltar não é fácil", desabafou.

Prevenção

A Prefeitura de Vila Velha também anunciou medidas preventivas para antecipar qualquer calamidade. Uma equipe formada por profissionais da Defesa Civil, Assistência Social e Saúde da prefeitura e Corpo de Bombeiros trabalharão em esquema de plantão a partir desta quarta-feira. A escola João Calmom, no bairro Parque das Gaivotas, está disponível para abrigar por ventura novas vítimas das chuvas e o município está providenciando cestas básicas, agasalhos e kits de higiene para distribuir para a população quando houver necessidade.

"Estamos tomando medidas para amenizar as conseqüências das enchentes e do crescimento do nível do Rio Jucu que está subindo muitoe já está alagando algumas áreas de cidade. Montamos uma equipe emergencial que estará de prontidão 24 horas", declarou Neucimar Fraga.

Um Plano de Redução de Riscos também será desenvolvido pela prefeitura do município. Ainda neste primeiro semestre será contratado um estudo para mapear todos os pontos críticos e áreas de risco da cidade, que também apontará as medidas para as intervenções a médio e longo prazos.

Nesta quinta-feira (08), a partir das 8 horas, também tem início na cidade um mutirão de limpeza. Cerca de 30 caminhões e 10 pás carregadeiras vão ser usados para desentupir bueiros e canais, com o intuito de facilitar o escoamento da água no município. A operação começa nas regiões 1 e 2 de Vila Velha, que abrangem 45 bairros. O primeiro a receber o mutirão nesta quinta será o bairro Divino Espírito Santo, próximo ao Terminal do Transcol de Vila Velha.

Fonte: Gazetaonline