Cerca de 11.300 crianças do rede de ensino municipal de Vila Velha tiveram o direito negado de estudar na rede municipal de ensino. Segundo levantamento da assessoria técnica da Secretaria Municipal de Educação são 1.300 alunos do ensino fundamental e cerca de 10 mil da educação infantil, fora das salas de aulas. Além da falta de vagas, as escolas estão em situação precária, segundo o secretário de Educação de Vila Velha, Heliosandro Mattos.
São 19 mil alunos que buscam uma vaga na rede municipal de ensino de Vila Velha. Desses, apenas 8.600 serão atendidos. O secretário afirmou que trabalha para que os 1.300 alunos do ensino fundamental tenham a vaga garantida já no período letivo de 2009, que se inicia no dia 4 de fevereiro. Desses, 627 já conseguiram entrar em contato com as escolas para solicitar uma vaga. Já a demanda dos 10 mil alunos do Ensino Infantil não poderá ser atendida a tempo, por falta de estrutura.
Visita
O secretário de Educação de Vila Velha acompanhado dos diretores do Sindicato dos Profissionais de Educação do Espírito Santo (Sindiupes), visitaram, nesta segunda-feira (26) as escolas em pior situação física e pedagógica do município. Durante a visita, as instalações foram fotografadas para registrar as condições dos prédios municipais oferecidos à comunidade. "Vai ser muito difícil a gente superar isso aqui em menos de 15 dias para o começo das aulas. Nós vamos ter que nos adequar a essa realidade caótica que estamos herdando", declarou Mattos.
O levantamento da situação das escolas foi feito durante visita do prefeito, Neucimar Fraga, junto ao secretariado, às unidades escolares de Vila Velha. De um total de 89 escolas do ensino fundamental e infantil, 50 precisarão ser reformadas em caráter de urgência. Medidas emergenciais serão tomadas , de acordo com Mattos.
"Nós estamos utilizando um estudo para adquirimos prédios escolares de escolas particulares que fecharam na periferia, que quebraram por dificuldade financeira, para que a gente possa minorar esse problema. Nós estamos estudando lançar mão de módulos pré-fabricados em escolas servindo como salas de aulas para que a gente possa dar o mínimo de dignidade e de respeito que essas crianças e a população de Vila Velha merece", salientou.
Palácio de Ensino
Duas escolas tiveram as obras paralisadas pela Prefeitura de Vila Velha. As de uma escola na Barra do Jucu, cujo valor ultrapassa R$ 10 milhões, e uma em Ponta da Fruta que custaria cerca de R$ 20 milhões aos cofres municipais.
As obras estão paralisadas para que seja feita uma auditoria para averiguar se a demanda de valores é exagerada a estabelecida com a empreiteira responsável, segundo o secretário de Educação de Vila Velha. A viabilidade da construção também será estudada.
"Essas escolas estão sendo feitas em espaços que nós poderíamos construir escolas com uma capacidade até maior de alunos. Nós não faríamos um palácio de ensino, mas uma estrutura que pudesse construir um prédio razoável, de bom padrão arquitetônico por um valor muito menor", ressaltou.
Estrutura nota zero
A visita começou pela Unidade Municipal de Ensino Infantil Tia Nenzinha, localizada no bairro Divino Espírito Santo. Nesta segunda foram visitadas oito escolas de ensino fundamental e unidades de educação infantil.
Já na primeira escola visitada foram encontradas pisos com lodo, salas com mofo e com equipamentos mobiliários totalmente destruídos. O espaço físico estava totalmente inadequado, segundo avaliação do grupo.?A avaliação é que a educação quanto a parte física da rede municipal é uma educação nota zero?, acrescentou Mattos.
Os procedimentos administrativos iniciais necessários para que se faça a correção dessas distorções da parte física das escolas municipais serão feitos já a partir desta terça-feira (27), segundo o secretário Municipal de Educação.
Fonte: GazetaOnline
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 26/01/2009 às: 15:53