Em todo bairro há pessoas que são verdadeiras marcas registradas. Eles são cumprimentados por onde passam e muito queridos pelos moradores. Esse é caso de seu Geraldo Barelli, 82, e dona Déa Galvêas Loureiro, 75, que moram na Praia da Costa há muitas décadas.
“Há 40 anos me mudei para a Praia da Costa. Da Avenida Champagnat até a Hugo Musso existiam somente umas três casas. Na rua só passava um carro por vez. Isso aqui antes era uma fazenda onde só se via cavalos, ratos e baratas”, conta seu Geraldo Barelli, bem-humorado.
Barelli diz ainda que gosta de acordar às 6h e ir para a rua caminhar e conversar com as pessoas e contar piadas. “Para conversar fiado sempre tem gente disponível. Volto para casa só para almoçar e depois vou para a rua de novo. Mesmo assim, durmo pontualmente às 20h todos os dias”.
Esse morador tão querido pelos vizinhos de bairro não se incomoda em nada com a explosão demográfica e o progresso da Praia da Costa. “De vez em quando alguma construtora vem me abordar para comprar minha casa, mas não vendo. Chegaram a me oferecer R$ 4 milhões. Mas esse assédio não me incomoda”, diz.
Gerações
Sempre com um sorriso estampado, dona Déa mora há 52 anos na Praia da Costa. Cheia de vida, ela é ativa participante de um grupo da Igreja Católica, e foi professora em colégios tradicionais de Vila Velha. “Junto com meu marido, criei meus filhos no bairro, onde todos moram até hoje. Eles formaram suas famílias e preferiram permanecer aqui. Essa proximidade permite que sempre estejamos reunidos”, comemora.
“Quando cheguei em Vila Velha, as pessoas mais tradicionais moravam no Centro. Morei na Prainha, perto do Convento da Penha, mas acabei vindo para cá. Até hoje acho que é um privilégio morar na Praia da Costa”, salienta Déa.
Numa época em que ainda não havia prédios, do centro da cidade era possível ver a arrebentação na Praia da Costa, além de muita vegetação. Aliás, moradores contam que o nome do bairro foi dado de maneira curiosa. “Lá atrás ficava a chamada prainha, e os moradores começaram a se referir à praia da frente como praia da costa, por causa de sua localização. E assim ficou até hoje”, relata o morador Manoel Vicente Machado, 72.
Fonte: Jornal AGazeta
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 22/06/2008 às: 14:45