Às vésperas do início dos festejos de Nossa Senhora da Penha, a estrada que dá acesso ao Convento da Padroeira do Espírito Santo, em Vila Velha, apresenta pelo menos quatro pontos de erosão, colocando em risco o tráfego de veículos. Mas a solução do problema esbarra na burocracia, segundo o guardião do santuário, frei Bertolino Tholl.
Há buracos na margem direita, no sentido de quem sobe a via estadual, criada em 1952, cujo nome é Rodovia Dom Luiz Scortegagna. Para evitar acidentes, a administração do convento isolou os pontos com faixas de segurança.
Há quase dois anos, frei Bertolino Tholl aguarda por medidas que ponham fim ao problema. Segundo ele, o Departamento Estadual de Estradas e e Rodagem (DER) apresentou um projeto, mas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não o aceitou, sob a alegação que descaracterizaria o patrimônio histórico.
"Com a proposta, ficariam visíveis, na margem da estrada, 20 centímetros de largura de uma estrutura de concreto. Mas isso seria coberto pela vegetação e pela terra. Mesmo assim, o Iphan não autorizou", disse o frei.
Paliativos
Enquanto a solução não vem, o Convento providencia a correção de forma paliativa, com a reinstalação dos paralelepípedos sobre terra e areia.
Segundo a chefe da Divisão Técnica do Iphan, Letícia Von Krüger Pimentel, em dezembro do ano passado, uma engenheira veio do Rio de Janeiro e avaliou que o projeto apresentado pelo DER precisava de algumas adequações.
"A proposta de contenção dos muros, que é um tipo de contenção usado em beira de rodovias, era uma intervenção muito agressiva para a restauração de um patrimônio histórico. Foram feitas propostas de alteração e o relatório foi encaminhado ao DER em dezembro, mas até hoje o departamento não respondeu", afirma.
No entanto, o diretor-geral do DER, Eduardo Manato, afirmou que o projeto foi finalizado no mês passado e ainda será submetido à análise do Iphan. "Não somos experientes em restaurar rodovias tombadas pelo Patrimônio Histórico. Mas nosso projeto está ambientalmente seguro e vai garantir a segurança e a estabilidade da via, que terá suas características físicas mantidas", afirma. Manato salientou que quando a obra for iniciada deve ser concluída em cerca de 12 meses.
"É preciso uma solução definitiva para a estrada. Em caso de acidente, quem vai se responsabilizar?"
Frei Bertolino Tholl , Guardião do Convento da Penha
"A proposta de contenção dos muros é uma intervenção muito agressiva para a restauração de um patrimônio histórico"
Letícia Von Krüger , Chefe da Divisão Técnica do Iphan
Fonte: Jornal AGazeta
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 08/04/2009 às: 11:04