A noite desta quinta-feira(03) foi de festa para os moradores da Rua Bernadino Monteiro, no bairro Paul, em Vila Velha. O motivo foi a inauguração da macrodrenagem do local com direito a banda de música e distribuição de muitos picolés e algodão doce para a população. Mas a alegria dos moradores durou pouco, já que com a chuva desta sexta, o lixo que acumulou nos bueiros provocou mais um alagamento na via. A professora Sônia Soares,39 anos, defende o serviço realizado mas criticou a falta de limpeza que traz a tona novamente o problema dos alagamentos. "Há muitos anos que não existe limpeza de rua. Isso é terrível, quando chove os bueiros ficam cheios, com muito lixo na rua e acaba alagando", contou.
Outdoors institucionais do município anunciam que os moradores de algumas regiões que foram contempladas pelas obras de macrodrenagem não têm mais problemas com alagamentos. Uma matéria da última edição do tablóide Vila Velha, jornal da prefeitura, diz que “Em bairros como São Torquato, Vila Batista e parte de Vila Garrido, moradores já desfrutam os beneficios da urbanização e não sofrem mais com os alagamentos”.
Mas a verdade não é bem essa, pelo menos não no bairro Vila Batista. Moradores das ruas Mangaraí e João Pontes disseram que as ruas pareciam verdadeiras "lagoas" na manhã desta sexta.
Indignado, o aposentado Ivan Barreto, 70 anos, ameaçou pichar neste sábado(05) um dos outdoors localizados no bairro São Torquato. "Tá dizendo lá que na Vila Batista nunca mais alagou, mas vou comprar um spray e botar que na rua Mangaraí com chuva de dez minutos alaga", disse revoltado.
Para o motorista Antônio Souza, 58 anos, o serviço ficou incompleto. "Com essa pouca chuva de hoje (sexta) já alagou novamente a rua, faltou dois centímetros para entrar no meu quintal. Enquanto não desentupirem a galeria, está tudo assoreado, tem muita areia", reclamou.
A cabelereira, Kelly Miranda disse que tinha esperança que o projeto fosse resolver o problema, mas não foi bem assim. "Quando eu cheguei estava cheio de lama e água, eu não podia nem entrar em casa. Tive que passar por um portão de trás, onde a água não tinha entrado", reclamou.
A chuva desta sexta provocou também uma nova dor de cabeça para moradores de regiões que ainda nem foram beneficiadas pela macrodrenagem, como o bairro Aribiri. A Rua Emídio Ferreira Sacramento, conhecida como a rua da feira do bairro, ficou totalmente alagada e com isso levou prejuízo para comerciantes e moradores.
O mecânico Jaime Moreira tem até um novo slogan para a oficina. Os moradores agora costumam dizer "Jaime Oficina, quando chove vira uma piscina". O módulo de injeção eletrônica de um dos carros queimou com a invasão da água na garagem e o mecânico teve um prejuízo de R$ 1,5 mil.
A proprietária de um bar, Isabel Lima, 51 anos, disse que além de ter o estabelecimento alagado, ainda precisa arcar com o prejuízo de um dia perdido, já que é obrigada a fechar o bar quando chove. "Se choveu acabou com o comércio, os vendedores, donos de bar, lojas, têm que fechar. Chega no dia de acertas as contas, aluguel, água e luz tem que pagar, mas com o quê??", pergunta.
PMVV não se manifesta
O coordenador das obras do projeto de Macrodrenagem em Vila Velha, Roberto Médici, foi procurado pela reportagem quando estava em uma reunião. Depois foi deixado um recado no serviço de caixa postal do telefone, mas não houve retorno
Fonte: Gazeta Online