Vila Velha vai receber investimentos que superam os R$ 500 milhões, em edifícios comerciais e armazéns de logística até 2013. Para atrair os investidores de salas comerciais, a prefeitura vai enviar à Câmara de Vereadores, no dia 15 de agosto, uma proposta que altera 14 artigos do Plano Diretor Municipal. As principais propostas são desconto de 50% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por cinco anos, redução do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e corte nas taxas administrativas.
Ontem, para empresários do setor imobiliário, a prefeitura apresentou um estudo que aponta uma demanda não atendida de 64.475 metros quadrados, algo em torno de 1,6 mil unidades. Hoje o município possui 30 mil metros quadrados de escritórios, e o levantamento da Ivista Estratégia Imobiliária aponta para uma necessidade de 94.475 metros quadrados. Se a meta for alcançada, serão investidos R$ 280 milhões.
Com o intuito de antecipar a construção desses novos empreendimentos, esses incentivos só valerão para projetos apresentados na prefeitura até março de 2010 e para os empreendimentos que obtiverem o Habite-se até dezembro de 2012.
A situação dos armazéns de logística é parecida. Cortada por rodovias e ferrovias importantes, e sede de vários portos, Vila Velha não está conseguindo dar vazão à grande quantidade de mercadorias que é preciso estocar. De olho nesse mercado, a prefeitura quer que sejam erguidos pelo menos 200 mil metros quadrados em galpões até 2011. São mais R$ 220 milhões em investimentos. Para incentivar a construção, a prefeitura quer aumentar de 40% para 70% a área do terreno que pode ser ocupada com armazéns.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Vila Velha, Octaciano Neto, reconhece que os números apresentados são altos, mas ele está otimista com relação ao cumprimento das metas. "Não há oferta de salas comerciais e armazéns em Vila Velha. O estudo mostra que há um déficit muito grande, principalmente quando o assunto são os escritórios. Hoje faltam pouco mais de 64 mil unidades, até 2013 precisaremos de mais 40 mil. É muita coisa, mas estou convencido de que podemos chegar as esses números. Vila Velha vai receber algo entorno de R$ 530 milhões em investimento nesses dois setores até 2013", afirmou o secretário, com confiança.
Nova Enseada do Suá
Os dirigentes da indústria imobiliária e do comércio atacadista e distribuidor veem com bons olhos essa iniciativa da prefeitura canela-verde. "Realmente a carência, principalmente de salas corporativas, é muito grande em toda a Região Metropolitana. São números altos, mas factíveis. Há demanda, e a indústria imobiliária está de olho nesse nicho", destacou o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado Constantino Dadalto.
O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo, Idalberto Moro, disse que a falta de armazéns espanta a chegada de novas empresas no Espírito Santo. "Estamos em uma posição estratégica, só que a falta de estrutura atrapalha. Esse tipo de iniciativa é imprescindível".
Os bairros Itaparica, Jóquei, Praia da Costa e Centro receberão os novos empreendimentos comerciais. A intenção é atrair os projetos com salas corporativas, voltados para empresas, para a região da Darly Santos. Os empreendimentos com as salas tradicionais serão direcionados para o Centro e para a Praia da Costa. "Com a conclusão da rodovia Leste-Oeste ficará muito fácil chegar à BR 262. Ter uma empresa naquela região, e manter a sede em Vila Velha será a melhor opção. Será a nossa Enseada do Suá", vislumbra Octaciano.
Um estudo divulgado no primeiro semestre, pela consultoria Cushman Wakefield, mostrou que a Grande Vitória não possui nenhum metro quadrado comercial vago.
"O déficit de salas comerciais é realmente muito grande, por isso, os números são tão altos"
Constantino Dadalto - Diretor do Sinduscon
"Há uma carência de áreas para armazenagem. Isso atrapalha a chegada de novas empresas"
Idalberto Moro - Presidente do Sincades
Fonte: Jornal AGazeta
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 07/08/2009 às: 05:08