Na manhã deste domingo as cidades de Vila Velha e Vitória (ES) receberam a 20ª edição das Dez Milhas Garoto, competição que contou com diversos nomes de peso do Brasil e do Exterior. Franck Caldeira venceu entre os homens e ficou com o bicampeonato, enquanto no feminino a etíope Meseret Debele foi a melhor.
Vitória - Após uma noite de muita chuva em Vila Velha e Vitória, o domingo amanheceu com um céu azul e sol forte, indício que os atletas teriam uma dificuldade a mais no percurso. A concentração aconteceu no Clube dos Oficiais, onde uma grande quantidade de pessoas acordou cedo para acompanhar a largada.
A primeira saída foi para os cadeirantes e deficientes físicos, às 8h25, sob aplausos intensos dos presentes. Logo depois, às 8h45 foi a vez da elite feminina, pois exatamente às 9h largaram a elite masculina e a categoria geral, num total de quase cinco mil inscritos. No momento da largada o tempo começou a ficar encoberto e as temperaturas ficaram amenas, mas com o decorrer da disputa o sol voltou a brilhar forte.
Na prova feminina as estrangeiras tentaram imprimir um ritmo forte, mas a alagoana Marily dos Santos não permitiu que elas escapassem e se manteve bem perto para evitar perder contato. Pouco após a metade da prova, as duas corriam juntas, mas Meseret abriu em relação à brasileira nos 200m finais e não foi mais alcançada até cruzar com o tempo de 56min05.
“Essa foi minha primeira corrida no Brasil”, conta a atleta campeã, de 18 anos. “Sofri um pouco com o calor e a umidade, mas o resultado foi ótimo e espero voltar aqui novamente ano que vem”, completa. Já Marily, fechou com 56min26 e levou para casa um carro zero quilômetro, por ser a primeira brasileira a cruzar a chegada.
“Ano passado eu fiz essa prova e perdi o carro por 20 segundos”, conta a sempre sorridente Marily. “Esse ano eu resolvi treinar e me dedicar para essa corrida e quase peguei a etíope no final”, completa. “Eu vim aqui para tentar a vitória, fui segunda, mas está de bom tamanho. Agora vou levar chocolate para a galera lá em casa”.
Homens - Na disputa masculina a briga entre brasileiros, etíopes e quenianos foi um show à parte, com troca de posições a cada quilômetro até pelo menos a chegada à ponte, um dos cartões postais da cidade de Vitória. Logo de cara dois pelotões foram formados, um liderado por João da Bota e pelos estrangeiros e outro com Franck Caldeira e os gêmeos Paulo Roberto Almeida Paula e Luiz Fernando de Almeida Paula.
Na subida da ponte a prova passou a ter outra composição, já que João apertou o ritmo na subida e trouxe com ele Damião Ancelmo de Souza, Franck e os etíopes Ayele Feisa e Tadese Aredo. Já na parte final deste trecho, na descida, Franck e Damião se mostram mais inteiros e deixaram o grupo para trás.
A dupla passou a correr sozinha, sempre se revezando durante o percurso e a todo o momento recebiam incentivos dos populares que saíram às ruas para aplaudir e gritar os nomes dos atletas.
Ao chegar à Praia da Costa, eles tiveram que se desvencilhar de alguns carros estacionados irregularmente no trajeto da corrida e quem conseguiu se dar melhor foi Franck, que acelerou para o bicampeonato ao cruzar com o tempo de 47min58 e foi ovacionado pela torcida presente. Damião foi o segundo com 48min37 e Giomar Pereira, que ganhou posições aos poucos, fechou com 48min49.
“Passei uma fase um pouco difícil, tive algumas decepções da torcida que desacreditou um pouco em mim, mas é importante frisar que eu fiz muito pelo Brasil. Cansei como ser humano e as pessoas não souberam entender, mas ainda bem que não foram todas e agradeço o carinho do pessoal do Espírito Santo”, desabafa o campeão emocionado. “Na minha primeira vitória, em 2007, eu estava bem preparado, ao contrário de hoje, que corri por superação”, finaliza o atleta que dedicou o resultado à sua filha recém nascida.
Já Damião conta que foi difícil segurar Caldeira, mas ele fez o melhor possível. “Ele era um dos favoritos, mas tenho certeza que da próxima vez eu vou conseguir me sair melhor do que ele”. Giomar, terceiro colocado, estreou nas Dez Milhas e a compara com a São Silvestre. “O nível estava muito forte, não sou bom de subida, mas resisti entre os 10 primeiros e me encaixei para garantir o terceiro lugar”.
Essa prova comemorou os 80 anos da fábrica de chocolates Garoto e já entrou como uma das grandes disputas do calendário nacional e internacional. De acordo com Pauo Silva, responsável pela organização, “não houve nenhum problema grave na parte técnica, tudo correu de forma tranqüila”.
Fonte: Webrun
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 17/08/2009 às: 02:46
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