Vila Velha e Vitória sempre estiveram ligadas pelos laços que as unem desde os primórdios da colonização do solo espiritossantense. Afastadas pela outrora chamada baía do Espírito Santo, hoje em dia possuem 3 (três) acessos rodoviários que não suportam mais o intenso fluxo de veículos nos horários de pico. Melhorias se impõem a esses acessos enquanto o governo não tirar do papel o projeto de uma nova ligação; o que, por ora, está a perder de vista.
Em 2006, quando elaboramos o projeto de reconstrução da rodovia Lindenberg, fizemos a contagem de tráfego. São cerca de 40 mil veículos transitando diariamente. São mais de 2 mil ônibus e aproximadamente 4 mil caminhões que, em sua maioria, acessam o cais de capuaba todos os dias. Como sabemos, o lado vilavelhense do chamado porto organizado de Vitória, responde por mais de 90% de suas atividades portuárias. O porto de Vitória é muito mais porto de Vila Velha; mas isso é assunto para uma outra ocasião.
Construída sob a égide dos governos Jones Santos Neves e Carlos Lindenberg, a rodovia, que foi durante longos anos a principal ligação dessas duas cidades irmãs, teve seu leito duplicado à época do governo Artur Gerhard Santos nos idos de 1970.
Passados quase 40 (quarenta) anos desde a última grande intervenção naquela via, coube à nossa administração (2001-2008) elaborar o projeto de reconstrução, licitar a obra, contratá-la, iniciá-la e deixá-la encaminhada; obviamente, após convênio assinado com o governo estadual. É bem verdade que, com o fluxo intenso de veículos (sobretudo os de carga), reformar a Lindenberg é tarefa comparada a de se consertar um avião em pleno vôo. Acresça-se a isso alguns acidentes de percurso, incluindo o novembro mais chuvoso em 84 anos de história.
Dos 10 (dez) milhões de reais anunciados pelo Estado para essa reforma, cerca de R$ 2 (dois) milhões foram efetivamente repassados à PMVV até o dia da eleição do meu sucessor. É pertinente a comparação entre o volume de recursos anunciados pelo governo estadual para a construção da nova ponte da passagem no valor de R$ 37 milhões transferidos aos cofres da prefeitura de Vitória, mesmo porque esses dois logradouros homenageiam o mesmo vulto da história do Espírito Santo. Tal montante seria suficiente para a realização da obra em toda a extensão da rodovia Lindenberg, para a qual deixamos tudo projetado.
Com a obra contratada, a Lindenberg passará a ter 3 (três) faixas de rolamento (hoje em dia funciona apenas em duas), sistema de drenagem compatível, ciclovia em apenas um lado da via, baias para ônibus com estrutura reforçada e nova sinalização vertical e horizontal; com a reforma da rodovia serão economizados recursos públicos que eram gastos com os custos de sua onerosa manutenção, especialmente de tapa-buracos.
O contraste entre o novo trecho e o velho será eloqüente. A realização da obra em toda sua extensão, por ser uma necessidade muito mais que evidente, será uma questão inadiável. Não pode ser esquecido o fato de que melhorias em algumas vias de acesso também se fazem urgentes e necessárias, a exemplo da avenida Ana Meroto Stefenon, que integra o sistema rodovia Lindenberg para quem chega em Vila Velha por São Torquato e Jardim América.
Por sua importância histórica, por seu papel imprescindível no desenvolvimento do Espírito Santo e pela sua indubitável contribuição à mobilidade urbana da Grande Vitória, a rodovia Lindenberg, após sua completa restauração, dará lugar à maior avenida do Estado do Espírito Santo. Isso tudo, claro, mediante lei estadual autorizativa e convênio específico.
Max de Freitas Mauro Filho é ex-prefeito de Vila Velha.
Fonte: Jornal AGazeta
Enviado Por:
Eliaro
Publicado em 28/08/2009 às: 20:04