A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) fará uma cerimônia para conceder o título de Mestre da Cultura Popular do Estado do Espírito Santo aos contemplados com o prêmio Mestre Armojo do Folclore Capixaba. O encontro será na quinta, às 11h, no estacionamento do órgão, na Enseada do Suá, em Vitória. No evento, haverá apresentação da Banda de Congo Tambor de Índio, de São Benedito Caieiras Velhas, Aracruz.

Cada um dos 10 mestres premiados também receberá R$ 10 mil. Os contemplados são Alcides Guedes; Alexandre Sizenando; Anízio Antunes Silva; Astrogilda Ribeiro dos Santos; Canuta Caetano; Claudentina Trindade Alves; João Inácio; Manoel Vicente Castro; Maria Laurinda Adão; e Geralda de Paula Bertolino.

No parecer da Secult, a preservação do Patrimônio Cultural Imaterial depende do trabalho desses mestres. Cada um dos homenageados detém o posto mais alto na hierarquia de seu grupo e cabe a eles estimular a participação dos filhos, netos e sobrinhos e transmitir os saberes a várias gerações.

A celebração será estendida aos 10 grupos folclóricos contemplados no Prêmio Renato Pacheco. Cada um receberá R$ 10 mil para a aquisição de indumentárias, adereços e instrumentos musicais. Os selecionados foram a Associação Cultural e Recreativa Campinho; a Associação Cultural e Comunitária Alemã do Município de Santa Teresa - Grupo de Danças Folclóricas Alemães Orchideenland; Dulciele Stein Suela Bonela; a Associação Folclórica Ronald Berger; Evandro Ladislau Gonçalves; Alcides Guedes; Pedro Paulo Borges; Escolástica de Marchi dos Santos; a Associação Cultural e Artística de Santa Maria; e a Associação da Cultura Italiana de Cariacica.

Contemplados

Mestre Alcides Guedes. (Banda de Congo de São Benedito de Paul de Graça Aranha, Colatina) Aos 82 anos, está à frente do grupo como presidente e mestre há 56. A banda é composta, em sua maioria, por descendentes de italianos.

Mestre Alexandre Sizenando (Banda de Congo Tambor de índio, de São Benedito Caieiras Velhas, Aracruz) O ex-Cacique Pajé Guaratã, como é conhecido, tem 94 anos de idade. É brincante do tambor de congo desde os oito anos.

Mestre Anízio Antunes Silva (Reis de Boi Sois Reis, Nova Venécia) Começou na brincadeira com seis anos. Hoje tem 62. Em 1965 assumiu o grupo e desde então mantém a manifestação.

Mestra Astrogilda Ribeiro dos Santos (Banda de Congo São Benedito do Rosário de Vila do Riacho, Aracruz) Além de mestra e rainha do congo de Vila do Riacho, é detentora de outros conhecimentos, como os de parteira e guia espiritual. Começou na banda há 68 anos.

Mestra Canuta Caetano (Dona Canutinha) (Caxambu Alegria de Viver, Vargem Alegre, Cachoeiro de Itapemirim) Agricultora e líder comunitária, aos 71 anos, mantém o mesmo entusiasmo dos seus tempos de menina ao realizar a brincadeira.

Mestra Claudentina Trindade Alves (Saberes e Fazeres do Beiju, Comunidade do Angelim I, Conceição da Barra) Participa com destaque dos eventos relacionados à cultura negra, como a Festa de Santa Clara (Angelim), o Festival do Beiju (comunidades quilombolas); e o Festival de Folclore (sede do município).

Mestre João Inácio (Folia de Reis Estrela do Mar, de Cachoeiro de Itapemirim) Começou na Folia de Reis aos 10 anos. Aos 18, mudou-se para Cachoeiro, onde montou sua própria folia, da qual é mestre há 52 anos.

Mestre Manoel Vicente Castro (Banda de Congo de São Benedito, Ibiraçu) Com 66 anos, realiza as festas de São Benedito em sua comunidade, além de participar de vários eventos de folclore.

Mestra Maria Laurinda (Caxambu da Comunidade Quilombola de Monte Alegre, Cachoeiro de Itapemirim) Há 45 anos comanda o grupo de caxambu que recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Mestra Dona Geralda (Jongo Mestre Bento, Itapemirim) Ao longo de seus 78 anos, aglutinou em torno do grupo antigos participantes e herdeiros da manifestação. Oferece oficinas de jongo a alunos da rede pública.

Fonte: GazetaOnline